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Quadrinhos: Infantis ou não!?
- Irônico o-Culto (1)
Publicado por
Hugo Lemos
Este será um texto um pouco mais longo mas considero que a ideia aqui expressa é FUNDAMENTAL para entendermos melhor o ocultismo e sua contraparte, o espiritualismo. Este texto possui ideias que foram previamente estabelecidas em outros textos e sugiro que estes sejam lidos para melhor compreensão do mesmo. Os links estarão no fim da postagem. Peço que leiam com cautela e atenção e, se necessário, que volte a visitar esse texto quando necessário.
Já estabelecemos, com o progresso das nossas investigações (ver leituras recomendadas no fim do texto), que crenças são aquele conjunto de conhecimentos e informações que não são factuais, não são verídicas, agora vamos parar para entender um pouco mais a fundo as implicações disso.
Para entendermos a função das crenças precisamos ver o que se deriva destas. Crenças estruturam um corpo de ideias que adotamos. Essas coisas que tomamos para nós como crenças nos servem de inúmeros fins. Moralidade, como um exemplo de crença, nos liga a ideias de conduta e estas nos servem para nos guiar de forma a obtermos certa felicidade nas nossas vidas e nos nossos atos. Nossa crença sobre aquilo que é bom e/ou ruim também se ligam a ideia de moralidade e nos direcionam para o mesmo fim, felicidade. Sei que é bom aquilo que eu acredito que é bom. Aquilo que é bom é bom para mim e, por isso, me atrai. O contrário ocorre para aquilo que é ruim. Isso estrutura seus gostos e desgostos. Gostos e desgostos lhe oferecem prazer, que resulta em felicidade, mesmo que momentânea. No fim temos que o conjunto de crenças estruturam o que podemos chamar de personalidade.
A personalidade é composta por crenças mas é, também, influenciada por emoções. Veja que crenças desprendem-se da necessidade de serem factuais, e, portanto, verídicas, logo elas não tem a necessidade de serem lógicas ou racionais, portanto tem um cerne passional. Isso se valida através da noção de felicidade e prazer que as crenças nos provêm. Estes são sentimentos, portanto são táteis, logo são, por natureza, irracionais. Logo, crenças são passionais. A personalidade é estruturada por crenças e, portanto, também é composta por sentimentos.
Temos então que crenças estruturam a personalidade, e esta é influenciada por sentimentos. Crenças oferecem, em instância última, felicidade para o indivíduo. Crenças dão ao indivíduo um cerne moral. Crenças estruturam como o indivíduo percebe e interage com o mundo ao seu redor. Sentimentos movem o indivíduo e guiam sua personalidade. A este conjunto de coisas chamo Espírito.
Quando me refiro à espírito não quero implicar com isso um significado metafísico de qualquer tipo. Se há algo que seja referente ao metafísico e que se confunda com espírito esta coisa deve ser chamada de alma, que teria as características de perenidade, extra-corporiedade (que está fora, ou além, do corpo) e o que mais preferir atribuir a tal. O espírito confere a vivacidade e as disposições (crenças e humor) com a intenção última de alcançar a felicidade plena.
O espirito é a parte do indivíduo que busca experienciar a vida e lhe garante prazer durante tal processo. O espírito se deleita ao se aprofundar em uma crença, ao se bem-fazer de um cerne moral, ao viver de acordo com as virtudes as quais o indivíduo é adepto. No fim o espírito se faz de crenças e como estas não são necessariamente verídicas ele se satisfaz com o puro gozo de simplesmente tê-las, nelas acreditar e por elas operar. Para o espírito tudo que o leve a felicidade é válido. A sua moralidade é relativa somente à si mesma.
Dessas atribuições retiramos, então, do que é feito as crenças, o que isso implica e também identificamos aquilo que podemos chamar de espírito. Sabemos, então, àquilo que é o fim do espírito, a felicidade, e podemos inferir, logicamente, a função daquilo que podemos chamar de espiritualismo.
O espiritualismo é a área de práticas, estudos e doutrinas que se interessa, obviamente, pelo espírito. Nessa área encontramos tudo aquilo que é referente a crenças (doutrinas religiosas, opiniões, suposições, impressões, gostos e desgostos, códigos morais e éticos), aspectos táteis e emotivos que tem como o fim o prazer último da felicidade plena. Como é composto de crenças, o espiritualismo pode ser completamente composto por suposições inverídicas. Isso implica que ele, assim como as crenças que o compõem, não são racionais ou lógicos. Suposições especulativas são mais que o suficiente, contanto que sirvam para o fim proposto, que é a obtenção da felicidade.
Podemos exemplificar isso através de um monge que vive sua vida a contemplar a natureza. Suas crenças não precisam ser validadas, pois elas se bastam. Suas práticas não precisam ter um fim outro maior, elas se bastam. O monge vive feliz e obtém a plenitude através da forma como vive. Isso é espiritualismo.
Outro exemplo, em contrapartida, seria o do cientista que se vê acordado noite após noite realizando suas pesquisas. Embora estas sejam comprovadas e de cunho racional a busca do indivíduo, suas práticas e até mesmo a noção ética de que "o acréscimo de conhecimento à humanidade é algo nobre" é algo derivado do espírito. Em sua busca frenética por conhecimento ele também se faz feliz. E isso é, também, espiritualismo. Como exemplos reais de tradições espiritualistas temos os diversos credos, as diversas religiões. O budismo, o cristianismo (em suas diversas variações), o judaísmo, o islamismo, etc.
O espiritualismo é tátil e ele se serve dos óculos de lentes avermelhadas constantemente. Se pretendes trabalhar as coisas a um nível factual necessitas entender que embora tenhas suas crenças e pratique algum caminho espiritualista, estes precisam ser postos de lado, postos em seu devido lugar, de forma a não obstruir sua ótica. Este é um dos obstáculos do ocultista.
Leitura prévia sugerida (em ordem):
[1] - FERREIRA, Vinícius, Comentários Vincunianos sobre o dito Ocultismo
[2] - LEMOS, Hugo, Da crença e da verdade
[3] - CARNAP, Rudolf, A superação da metafísica pela análise lógica da linguagem, tradução de William Steinle, do original "The Elimination of Metaphysics Through Logical Analysis of Language",
[4] - WITTGENSTEIN, Ludwig, Conferência sobre ética, Tradução de Darlei Dall’Agnol, do original "Lecture on Ethics".
[5] - LEMOS, Hugo, Meditações I
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Hugo Lemos
Nas meditações buscarei adereçar certas questões que, por uma razão ou outra, não encaixam em outra proposta de texto, ou que não precisem de um texto inteiro para serem abordadas. As ideias poderão ser expostas de forma solta ou podem, no final, se amarrar em alguma temática específica. Espero que gostem.
Wittgenstein atesta que não há uma ética factual e absoluta [1], e se há, esta não pode ser conhecida ou dita. Assim sendo podemos estabelecer que não há ética verdadeira [2]. Ética e moral compartilham o mesmo cerne. Ética implica conduta e carrega em si os valores referentes a como esta conduta se dá. Moralidade é referente a estes valores que estão ligados à conduta. Estes são valores como: noções de bem e mal, virtudes e etc. Digo, então, que, em verdade, não há moral. Moral portanto se torna fruto de crença ou opinião. Não por menos os diferentes sistemas de crença e as religiões carregam consigo noções éticas e morais diferentes. A implicação disso é que a moral, e a ética, são aspectos pessoais, e não universais, e devem ser entendidas da forma que são. No mais isso não invalida estas coisas, moral e ética, apenas as bota dentro da sua devida categoria, dentro do conjunto de crenças do indivíduo.
A "lei do retorno", kharma ou como preferir chamar, pode ser compreendida à um nível místico e/ou metafísico, mas também pode ser compreendida dentro de um patamar mundano consideravelmente simples. Temos um caso onde o indivíduo realiza uma ação prejudicial para muitos outros. Ao realizar esta ação ele estará fomentando o desafeto dos indivíduos prejudicados, que podem, mais tarde, tentar prejudicá-lo de volta. Se essa ação for ilegal o sistema jurídico pode intervir para retificar o ocorrido. Em um outro caso temos que um indivíduo toma uma ação que alavanca positivamente muitos outros. Ele, ao contrário do sujeito passado, obterá o afeto destes e em uma situação de crise ele poderá se beneficiar da ajuda dos mesmos. Esses são só exemplos rasos de observação de causa e efeito de indivíduos dentro de uma esfera social. Se entramos em méritos psicológicos poderemos, quem sabe, até notar que indivíduos de uma certa índole comportamental terão atitudes mais corrosivas que outros. Estes outros podem ter uma atitude mais construtiva e florescer dentro de uma situação negativa. Acredito que a crença na "lei do retorno" seja mais uma mistificação da teia de causas e efeitos que algo "real".
Muitos indivíduos buscam uma conduta moralmente "correta" esperando, de algum ente metafísico a validação de seus atos. Isso é tolo, dentro de uma ótica factual, mas permissível para o viés de crença. Se analisarmos o que seria a ética e a moral a um nível factual elas só existem dentro de uma abordagem pragmática onde o que é ético ou moral, o correto, é, simplesmente, aquilo que é ótimo para a obtenção de determinado fim. O indivíduo observa a situação e vê a gama de possibilidades e cursos de ação que ele pode tomar para obter, com excelência, determinado resultado. Se quero encher meu copo com água busco o copo e boto água nele. Isso é um resultado ótimo. Quebrar o copo não seria ótimo. Se quero beber água acredito que beber água diretamente do jarro possa ser um resultado ótimo para o fim que busco, já que poupei energia e tempo de botar água no copo e obtive o resultado desejado, de beber a água. Moralidade e ética, a um nível factual, se resumem a isso: cursos de ação ótimos para determinado fim.
[1] - WITTGENSTEIN, Ludwig, Conferência sobre ética, Tradução de Darlei Dall’Agnol, do original "Lecture on Ethics".
[2] - LEMOS, Hugo, Da crença e da verdade.
A "lei do retorno", kharma ou como preferir chamar, pode ser compreendida à um nível místico e/ou metafísico, mas também pode ser compreendida dentro de um patamar mundano consideravelmente simples. Temos um caso onde o indivíduo realiza uma ação prejudicial para muitos outros. Ao realizar esta ação ele estará fomentando o desafeto dos indivíduos prejudicados, que podem, mais tarde, tentar prejudicá-lo de volta. Se essa ação for ilegal o sistema jurídico pode intervir para retificar o ocorrido. Em um outro caso temos que um indivíduo toma uma ação que alavanca positivamente muitos outros. Ele, ao contrário do sujeito passado, obterá o afeto destes e em uma situação de crise ele poderá se beneficiar da ajuda dos mesmos. Esses são só exemplos rasos de observação de causa e efeito de indivíduos dentro de uma esfera social. Se entramos em méritos psicológicos poderemos, quem sabe, até notar que indivíduos de uma certa índole comportamental terão atitudes mais corrosivas que outros. Estes outros podem ter uma atitude mais construtiva e florescer dentro de uma situação negativa. Acredito que a crença na "lei do retorno" seja mais uma mistificação da teia de causas e efeitos que algo "real".
Muitos indivíduos buscam uma conduta moralmente "correta" esperando, de algum ente metafísico a validação de seus atos. Isso é tolo, dentro de uma ótica factual, mas permissível para o viés de crença. Se analisarmos o que seria a ética e a moral a um nível factual elas só existem dentro de uma abordagem pragmática onde o que é ético ou moral, o correto, é, simplesmente, aquilo que é ótimo para a obtenção de determinado fim. O indivíduo observa a situação e vê a gama de possibilidades e cursos de ação que ele pode tomar para obter, com excelência, determinado resultado. Se quero encher meu copo com água busco o copo e boto água nele. Isso é um resultado ótimo. Quebrar o copo não seria ótimo. Se quero beber água acredito que beber água diretamente do jarro possa ser um resultado ótimo para o fim que busco, já que poupei energia e tempo de botar água no copo e obtive o resultado desejado, de beber a água. Moralidade e ética, a um nível factual, se resumem a isso: cursos de ação ótimos para determinado fim.
[1] - WITTGENSTEIN, Ludwig, Conferência sobre ética, Tradução de Darlei Dall’Agnol, do original "Lecture on Ethics".
[2] - LEMOS, Hugo, Da crença e da verdade.
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Hugo Lemos
O discurso é a forma como o indivíduo organiza seus pensamentos. Saber discursar, pensar, te torna um melhor argumentador, debatedor. Suas ideias se tornarão mais claras. Sua abordagem mais evidente. Isso é fundamental para o pensador, para o ocultista, em sua jornada.
Esse texto atenta à essa questão e faz parte de uma aproximação de ideias para a formação de algo que, quem sabe, possamos tratar como um "método". Espero que gostem.Falar, pensar e investigar são, essencialmente, trabalhos onde se busca uma definição às coisas. Definir significa descrever as características de uma coisa de forma que esta não se confunda com outra coisa. Assim temos que ao definirmos estamos traçando algo como uma fronteira entre "as coisas".
Se as fronteiras são nebulosas e pouco precisas temos, com maior facilidade, confusões relacionadas com a falta de precisão e certeza sobre a coisa que estamos tratando. Isso permite que erros de compreensão ocorram muito facilmente, fazendo com que o sentido daquilo que está sendo comunicado seja perdido. Se temos fronteiras claras e bem definidas muito dificilmente este tipo de equívoco ocorrerá, visto que temos maior certeza e precisão sobre àquilo que está sendo tratado. As coisas, quando bem definidas, dificilmente se confundem.
O discurso que o indivíduo comunica, e a precisão ou imprecisão do mesmo, é um reflexo do seu discurso mental, dos seus pensamentos. Um indivíduo com pensamentos nebulosos e pouco precisos se expressará de forma pouco precisa, assim como um com pensamentos precisos se expressará de forma precisa. Palavras são ideias e conceitos definidos e encapsulados de forma a podermos utilizá-las. Expandindo seu léxico expandirás também as suas ideias, e obterás também mais formas de abordar todas estas. Vejam o clássico exemplo da diferença dos "amores gregos" (eros, philia e ágape) e a gama de pensamentos e abordagens que este tipo de acréscimo de palavras oferece. Essa expansão do léxico dá uma maior flexibilidade aos nossos pensamentos.
Se expressar de forma precisa, ao contrário do que muitos pensam, não significa somente falar em absolutos e desprender-se de "poesia". Muito pelo contrário. O interlocutor preciso é como um duelista que de forma hábil e graciosa se movimenta pelo campo de batalha. Seus movimentos são certos e calculados. Ele ataca e floreia com tanta simplicidade ou complexidade quanto for de sua volição. Mas ele o faz de forma exímia, tendo controle sobre suas ações e não simplesmente tropeçando de forma tola sobre os outros acreditando, no fim, que obteve à vitória.
A precisão no pensamento e no discurso é, para o pensador, para o ocultista, como a precisão do duelista. A flexibilidade do pensamento do pensador (do ocultista) está, também, para a gama de movimentos, de manobras, que o duelista tem ao seu dispor. No primeiro caso temos, assim como o duelista, uma maior capacidade de adereçar de forma contundente àquilo que está sendo tratado sem errarmos. O duelista não erra o alvo assim como o pensador não se equivoca sobre as ideias tratadas. O segundo caso nos dá uma maior flexibilidade na nossa "forma de pensar". O duelista se adapta ao fluxo do combate. Ele se esquiva, floreia, deflete, pressiona, ataca e etc. Todos estes movimentos com suas infindáveis variações e formas são, para ele, naturais. Assim deve ser com o pensador (com o ocultista). Sua forma de pensar tem de ser flexível e adaptável. Ideias complexas podem ser abordadas de forma simples. Assim como do simples o pensador poderá retirar muito daquilo que é complexo. Isso permite que ele pense fora da caixa e jamais se veja em um ponto morto. Estas, precisão e flexibilidade, são virtudes cardeais que devem ser inatas ao pensador.
Ao clarear o discurso, tanto mental quanto "físico", o pensador obterá maior felicidade ao se comunicar. A comunicação tem um fim claro: passar adiante o sentido daquilo que está sendo dito. Se o pensador não entende essa premissa e não aceita essa verdade, ou se só o faz da boca pra fora, não praticando esta verdade em seus atos, ele se verá confortável ao se servir de falácias, ou mesmo confundindo seus termos de forma indiscriminada. Falhará em comunicar-se e utilizará de subterfúgios para se justificar. Se pretendes pensar de forma clara e reta compreenda esta verdade e não satisfaça-te com falácias nem balbucios incognoscíveis. A precisão do discurso é, antes de mais nada, uma ferramenta para a lapidação de vossa mente. Lembrem-se disso.
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Vinicius
III
Nessa minha última
investigação, me parece demasiado necessário tratar de assuntos mais simples
antes de prosseguir nestes que aparentam ser tão complexos e que muito exigem
de meu frágil raciocínio.
Quando pensamos em
magia, entidades, símbolos e coisas semelhantes, parecemos ignorar algo
relativamente simples como a linguagem. Farei uma breve exposição sobre o tema
sem objetivo de alto aprofundamento, apenas como modo de dar ao leitor uma
pequena lâmpada para que possa vislumbrar o caminho que estou tecendo sem
correr o risco de se perder.
Alan Moore disse
certa vez em um de seus documentários, que um livro de magia é um livro de
linguagens. Embora eu já possuísse essa noção há alguns anos, foi só
recentemente ao ver tal afirmação, que as peças soltas em minha mente pareceram
criar vida, e buscar umas as outras de modo a formar uma peça única. Com efeito
todo nosso pensamento se dá em linguagem, eu diria com certo temor que todo
nosso pensamento é feito em enunciados. Por exemplo, se desejo pegar algo sobre
a mesa, dou a ordem ao meu corpo como enunciado, mesmo que me esqueça em
seguida de ter feito, assim como quando digito esse texto penso cada enunciado
segundos antes de escrevê-los. Usando esse raciocínio quando penso espíritos e
quando analiso os enunciados sobre o mesmo, percebo está constantemente preso
ao enunciados e aos pseudo-enunciados. Sim todo enunciado, como já lhe diz o
próprio nome, deve enunciar ou dizer alguma coisa, porém muito do que dizemos
acerca de questões metafísicas não são capazes de dizer algo, e sempre que nos
esforçamos para falar do além mundo de forma clara, acabamos por falar do
mundo.
Quando por exemplo
falamos de Deus, sempre falamos do mundo e de nossas experiências do mundo, se
digo por exemplo “Deus é misericordioso” só posso compreender isso por ter a
experiência em primeira ou segunda pessoa de ações ditas misericordiosas, sendo
que a mesma se dá no mundo(com efeito se é misericordioso em um tempo e espaço). Se digo ainda que Deus é onisciente,
mesmo que eu não tenha a onisciência no mundo, eu possuo a ciência e tudo que
preciso fazer é pensar essa mesma ciência em um extremo. O mesmo se daria com o
fato de eu ter uma formiga no mundo, mas não ter no mundo uma
formiga-castor-gigante, mas poderia facilmente pensar uma por ter em minha
mente a ideia de formiga, de castor e de grandeza. Porém talvez a frase que
melhor se aproxime de um pensamento justo sobre Deus seja “Deus é”, porém essa
frase é muito pouco dedutível, podemos analisa-la de inúmeras maneiras e sempre
que fizer isso recorrerei ao mundo. Segundo a tradição enquanto possuir um
corpo, não poderei pensar Deus ou qualquer coisa de cunho além-mundo.
Ainda falando
daquilo que pode ou não ser pensado, quando digo “Deus é misericordioso” será
que posso compreender de fato o que isso significa? Analisemos a frase, o que
posso dizer sobre Deus sem submetê-lo ao mundo? A Hermética dirá que Deus é
indizível, icgnoscível e parece ser impossível afastar esse pensamento, assim
sendo, tentemos falar da misericórdia, podemos falar dela? Será a misericórdia,
Justiça, o Bem e outras coisas atribuídas a Deus e as ações de alguns homens,
pensáveis? E o que é a justiça ou a misericórdia? Podemos dar uma explicação
sem recorrer a exemplos(mundo) ou que abarque tudo que é justo ou
misericordioso? Essas questões morais são tão metafísicas, ao meu ver, quanto
Deus. Então sobre tais temas abandono e continuo a minha investigação sobre a
linguagem.
Voltando a
afirmativa de Moore, e à compreensão de certas ideias não podem ser ditas, mas
apenas mostradas por exemplos( justamente por não pertencerem ao mundo
precisamos de algo que lembre por semelhança ou analogia) que parece
desvelar-se a nós o funcionamento das ritualísticas primitivas e visão
espiritualistas que perduram até os dias atuais. Grande era Atenas, onde os
homens eram reconhecidos por sua sabedoria, ou até queriam ser sábios. Mas como
podiam representar essa sabedoria? como os espartanos poderiam representar a
guerra? Como poderiam representar o amor? Talvez os poetas creram que com seus
cantos resolveram esse problema, talvez Platão creu resolver, talvez ainda haja
alguém que acredite que possamos dizer a justiça, a liberdade ou o amor sem
necessitar recorrer a exemplos ou poesias.
O que é um ritual se
não uma soma de enunciados que visam ao final chegar a uma conclusão? Quando o
adolescente que compra os almanaques com receitas mágicas desenha sob si um
círculo, e sobre si coloca uma pena de Pavão tentando puxar para si toda a ideia
de beleza que aquela pena aos seus olhos carrega o que ele está fazendo, se na montando
materialmente uma cadeia de enunciados, tal como em encantamento mudo? Ou os
atenienses que alimentavam e usavam corujas em seus cerimoniais a fim de se
tornarem mais sábios? Ou até mesmo os nordestinos brasileiros que matariam
essas mesmas corujas se pudessem, a fim de espantar a morte?
Objetos não carregam
ideias, a coruja leva a esperança de sabedoria a quem dela espera a sabedoria
tal como leva o temor a morte a todos os nossos vizinhos do interior do
nordeste que ouvem seu piar a noite. Os objetos em nossos rituais são
enunciados, são ideias, afirmações transformadas em símbolos talvez, para
educar os que eram desfavorecidos intelectualmente e que lotavam os templos e
seus sábios com problemas. Como
ensinar a quem está sempre ocupado com o trabalho braçal ou logístico as
deficiências da linguagem e a busca de um poder não imediato, um conhecimento
reflexivo? “Ensinemo-los nossos saberes, mas sejamos didáticos, dissemo-los que
devem buscar a justiça e façamos dela uma deusa a sempre vigiá-los.
Demonstremos como transmutamos nosso espírito, mas de modo que possam ao seu
modo acompanhar, façamos objetos, imagens e até mesmo usemos drogas para
auxiliar espíritos tão incapazes” Assim creio pensaram os antigos quando
divulgaram seus saberes aos círculos externos, e assim ainda pensamos hoje,
ainda falamos com Atenas e ainda tememos os daimons.
Onde fica então esse
mundo espiritual se não em nós mesmos? O que são todos esses espíritos se não
uma manifestação do que temos dificuldade de traduzir sobre o mundo e sobre
nós? O que é toda a ritualística se não um modo primitivo e falho de desvelar
aquilo que nós ocultamos? Ora se compreendermos esses espíritos, esses Samael,
Asmodeus, Atenas, Jesus e tantos outros em nós mesmos, será que precisaremos
dessas vestimentas ultrapassadas e de significados perdidos no tempo?
O que é um banimento, se não uma teatralização física do que queremos nos livrar em nossa mente? Imaginamos o punhal ameaçando nossos medos, imaginamos a água lavando nossos temores. O que são os ataques espirituais se não a ideia que não pode ser facilmente traduzida travestida de símbolos e deuses? Para que havemos de querer um mundo espiritual se já temos um mundo grande e desconhecido em nosso próprio espírito?
Não quero por meio desse texto afirmar nada a vocês, apenas alfineta-los e despertar uma ou outra reflexão, de modo a quebrar os grilhões que lhes prendem tão fortemente as tradições e aos maus poetas.
O que é um banimento, se não uma teatralização física do que queremos nos livrar em nossa mente? Imaginamos o punhal ameaçando nossos medos, imaginamos a água lavando nossos temores. O que são os ataques espirituais se não a ideia que não pode ser facilmente traduzida travestida de símbolos e deuses? Para que havemos de querer um mundo espiritual se já temos um mundo grande e desconhecido em nosso próprio espírito?
Não quero por meio desse texto afirmar nada a vocês, apenas alfineta-los e despertar uma ou outra reflexão, de modo a quebrar os grilhões que lhes prendem tão fortemente as tradições e aos maus poetas.
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Vinicius
Analisemos um texto
poético para a partir dele tratarmos sobre a questão dos espíritos e da
evocação;
“Era mais ou
menos duas horas da manhã de um sábado. Lord Vincus estava em seu quarto
meditando, e os únicos sons que se ouvia era o de cantos gregorianos que eram
gerados pelo seu computador, mas que pareciam sair de todas as paredes.
O jovem magista deitou-se de barriga para cima e então algo lhe ocorreu. Estava dormindo e ao mesmo tempo consciente de tudo ao redor.
Primeiramente sentiu um grande peso sobre seu corpo que lhe esmagava o espírito, conforme lutava para levantar o peso migrava paras as partes que continuavam na cama como a perna e a cintura, quando finalmente levantou-se completamente, contemplou sua própria imagem inerte, e em um determinado momento o corpo que a pouco utilizava já não lhe interessava mais.
>> Fechei os olhos, desejei visitar os montes onde um velho amigo habitava, e ao abrir os olhos, eu lá estava.
O chão de pedra era cortado por fios d’água cristalinos, toda a água partia de um único local, uma caverna mais adiante, o sol brilhava no alto de um céu alaranjado ornado de duas luas, o clima era muito agradável.
Ao me aproximar da caverna ergui as mãos e evoquei a chave vincuniana sob meus pés, o símbolo brilhou forte em tons de verde, e foi então que declamei o encantamento sagrado.
O jovem magista deitou-se de barriga para cima e então algo lhe ocorreu. Estava dormindo e ao mesmo tempo consciente de tudo ao redor.
Primeiramente sentiu um grande peso sobre seu corpo que lhe esmagava o espírito, conforme lutava para levantar o peso migrava paras as partes que continuavam na cama como a perna e a cintura, quando finalmente levantou-se completamente, contemplou sua própria imagem inerte, e em um determinado momento o corpo que a pouco utilizava já não lhe interessava mais.
>> Fechei os olhos, desejei visitar os montes onde um velho amigo habitava, e ao abrir os olhos, eu lá estava.
O chão de pedra era cortado por fios d’água cristalinos, toda a água partia de um único local, uma caverna mais adiante, o sol brilhava no alto de um céu alaranjado ornado de duas luas, o clima era muito agradável.
Ao me aproximar da caverna ergui as mãos e evoquei a chave vincuniana sob meus pés, o símbolo brilhou forte em tons de verde, e foi então que declamei o encantamento sagrado.
Um grande rugido foi lançado para fora da caverna,
este som embora assustador, fez meu coração expandir-se em força e vontade.
Decidi entrar, lá dentro estava muito escuro, e ao chegar a um determinado
ponto, dois olhos vermelhos muito brilhantes iluminaram o local. O dono desses
faróis era um enorme réptil coberto por escamas verdes reluzentes, o pescoço e
as costas possuíam ossos afiados brotando sem ordem, suas asas estavam abertas,
o que lhe deixava ainda maior, e de sua boca lotada de dentes escapava uma
fumaça acinzentada, que por vezes encobria seus bigodes de carpa.
Coloquei-me à frente da fera, que aparentemente não demonstrava nenhum raciocínio, mas sua imagem despertava um misto de respeito e serenidade. Estando diante do dragão, desejei olhar através dos olhos dele; e assim ocorreu, ao invés de vê-lo, via a mim mesmo. Não como costumo ver as coisas, mas de alguma forma também enxergava com o olfato.
Eu via um humanoide, muito vermelho e brilhante, possuía um cheiro metálico que me abria o apetite, rapidamente deixei a visão do dragão e voltei a mim.<<
Espigueiro: Há quanto tempo não lhe vejo, e não ouço aquela evocação sem nenhuma beleza ou harmonia.
Lord Vincus: Ora Esmeraldino, se esquece de que eu era ainda jovem quando compus aquilo?
Coloquei-me à frente da fera, que aparentemente não demonstrava nenhum raciocínio, mas sua imagem despertava um misto de respeito e serenidade. Estando diante do dragão, desejei olhar através dos olhos dele; e assim ocorreu, ao invés de vê-lo, via a mim mesmo. Não como costumo ver as coisas, mas de alguma forma também enxergava com o olfato.
Eu via um humanoide, muito vermelho e brilhante, possuía um cheiro metálico que me abria o apetite, rapidamente deixei a visão do dragão e voltei a mim.<<
Espigueiro: Há quanto tempo não lhe vejo, e não ouço aquela evocação sem nenhuma beleza ou harmonia.
Lord Vincus: Ora Esmeraldino, se esquece de que eu era ainda jovem quando compus aquilo?
Espigueiro: Você ainda é jovem Lord Vincus, jovem e tolo, mas
dentre a maioria dos humanos, ser seu guia não é uma opção tão desagradável.
Lord Vincus: Vejo que seu bom humor continua intacto, mesmo depois de um ano sem minhas visitas.
Espigueiro: Tenho vida muito longa em relação aos seres mais jovens, um ano terrestre não é nem de longe uma grande espera, mas em relação ao período de visitas que você costumava fazer, sim, faz muito tempo.
Lord Vincus: Não vamos ficar jogando conversa fora, não sei quanto tempo conseguirei permanecer separado do meu corpo denso, então vamos ao que interessa.
Espigueiro: O que deseja Lord Vincus, pelo espírito, apreender?
Lord Vincus: Quero que me ajude a melhorar minhas habilidades e conhecimentos.
Espigueiro: Até que suas habilidades sejam consideradas dignas de serem chamadas assim, levará muito tempo e será muito trabalhoso, mas posso ajudá-lo a seguir por esta via meu jovem pupilo.
Lord Vincus: Por onde começo guardião?
Espigueiro: Você precisa aprender muito, e há condições não suficientes, mas necessárias que está ignorando. Comece revendo seus apetites, pois muito permanece em ti daquilo que constitui as bestas, e disto devia se envergonhar. Cuide também de teu intelecto, que embora tenha feito bom avanço, ainda continua rudimentar, estude a natureza, pois conhecendo o anjo alcançará o arcanjo.
Treine Lord Vincus, treine como se uma batalha iminente estivesse à tua espera, tenha-se sempre atrasado, esteja sempre a exercitar a guerra.
Afaste-se dos vícios que drogam o cérebro, dos excessivos vapores da carne que embebedam o espírito, e que sempre nos deixam temerosos quanto à nossa imagem perante os iguais e superiores, pois o Bem ou aquilo que se faz de boa fé, não envergonham a Alma.
Não bastam à saúde e o intelecto em ato para a eudaemonia, mas as coisas que são vergonhosas ao espírito devem ser evitadas, aquelas coisas comum à mente humana, como os vícios do corpo e tudo aquilo que choca os espíritos dos viventes. Pois a eudaemonia é egoísta, não deve ser feita à custa de outros ou visando-os.
Pois apreende agora meu filho, antes que seu corpo pereça e teu espírito se esqueça, pois é tendência do espírito tornar-se esquecidiço, como uma criança traumatizada, que se esquece de suas mazelas e substitui suas memórias por inúmeros símbolos e manifestações de seu passado, sejam de forma dolorosa ou não dolorosa.
>> Minha projeção passou a oscilar, minha visão foi tornando-se turva, mas meus supra sentidos foram brevemente recuperados.<<
Espigueiro: Teu corpo o chama, ainda está intoxicado de teus maus costumes, vejo que não poderás mais ficar aqui por muito tempo.
Lord Vincus: Oh velho dragão, me ensine a ser virtuoso e cheio de sabedoria.
Espigueiro: Primeiro precisa limpar teu espírito, e para isso, lhe ensinarei o fogo esmeraldino.
>> A enorme fera inspirou fundo e soltou seu hálito sobre mim, fui tomado por uma chama esverdeada, que fez meu coração expandir-se ao ponto de parecer explodir.
Nesse momento, eu parecia estar ciente do que deveria fazer, levantei os braços, respirei profundamente, e quando finalmente expirei, levei do meu coração uma energia que misturava coragem, amor e determinação para a palma de minhas mãos, me senti poderoso enquanto a energia me subia pelos braços e minavam das minhas mãos derramando um líquido em chamas, de cor verde sobre todo o meu corpo, a chama descia pela minha pele e ao tocar o chão voltava a subir, senti todo o peso que me corrompia o espírito desprender-se com leveza e misturar-se com o ar.<<
Espigueiro: Leve este exercício contigo, um exercício simples, indigno daqueles que se são grandes, mas para um jovem como tu, é de grande valia, use-o para purificar-se, para purificar tua casa e para purificar tuas ferramentas... Como prova de nossa identificação leve esta última pérola com você:
“Oh Humanos perecíveis, embriagados pelo vinho sem mistura da ignorância, cuja realidade limita-se aos olhos sensíveis, e quando pior, a fé não é posta sob a razão. Oh, corais humanos, despertai, pois o sofrimento desmedido e o não zelo pelo intelecto adoece a vossa alma. Oh, pobres sentimentalistas, 'ofensíveis' e efeminados, pobres e fracos, olhai no espelho à sombra da Magnificência, à sombra Demiúrgica, ansiosa por liberdade e respeito. Não matem o homem e a natureza por idealismo, idealizem um homem melhor de forma não destrutiva. Que verdades possuem aqueles que ainda sofrem? Que bens podem oferecer, que já não ofereceram a si mesmos? Crescei e multiplicai seus conhecimentos e horizontes, pois não só de pão vive o homem, já que este não é só corpo, é intelecto também, e esta parte queima de desejo pelo conhecimento."
>> Após calar-se, o dragão expeliu uma onda de fogo sobre mim, fui impulsionado rapidamente de volta, e quando voltei, foi como tivesse saltado de uma grande altura que ao bater no chão, fez meu corpo parecer subir alguns centímetros.
Eu estava mais leve, momentaneamente me sentia mais leve, como se a chama do dragão tivesse clareado e aquecido meu espírito.<<”
(Lord Vincus,Viajem ao dragão esmeraldino, A Casa-ocultismo, 2012)
Lord Vincus: Vejo que seu bom humor continua intacto, mesmo depois de um ano sem minhas visitas.
Espigueiro: Tenho vida muito longa em relação aos seres mais jovens, um ano terrestre não é nem de longe uma grande espera, mas em relação ao período de visitas que você costumava fazer, sim, faz muito tempo.
Lord Vincus: Não vamos ficar jogando conversa fora, não sei quanto tempo conseguirei permanecer separado do meu corpo denso, então vamos ao que interessa.
Espigueiro: O que deseja Lord Vincus, pelo espírito, apreender?
Lord Vincus: Quero que me ajude a melhorar minhas habilidades e conhecimentos.
Espigueiro: Até que suas habilidades sejam consideradas dignas de serem chamadas assim, levará muito tempo e será muito trabalhoso, mas posso ajudá-lo a seguir por esta via meu jovem pupilo.
Lord Vincus: Por onde começo guardião?
Espigueiro: Você precisa aprender muito, e há condições não suficientes, mas necessárias que está ignorando. Comece revendo seus apetites, pois muito permanece em ti daquilo que constitui as bestas, e disto devia se envergonhar. Cuide também de teu intelecto, que embora tenha feito bom avanço, ainda continua rudimentar, estude a natureza, pois conhecendo o anjo alcançará o arcanjo.
Treine Lord Vincus, treine como se uma batalha iminente estivesse à tua espera, tenha-se sempre atrasado, esteja sempre a exercitar a guerra.
Afaste-se dos vícios que drogam o cérebro, dos excessivos vapores da carne que embebedam o espírito, e que sempre nos deixam temerosos quanto à nossa imagem perante os iguais e superiores, pois o Bem ou aquilo que se faz de boa fé, não envergonham a Alma.
Não bastam à saúde e o intelecto em ato para a eudaemonia, mas as coisas que são vergonhosas ao espírito devem ser evitadas, aquelas coisas comum à mente humana, como os vícios do corpo e tudo aquilo que choca os espíritos dos viventes. Pois a eudaemonia é egoísta, não deve ser feita à custa de outros ou visando-os.
Pois apreende agora meu filho, antes que seu corpo pereça e teu espírito se esqueça, pois é tendência do espírito tornar-se esquecidiço, como uma criança traumatizada, que se esquece de suas mazelas e substitui suas memórias por inúmeros símbolos e manifestações de seu passado, sejam de forma dolorosa ou não dolorosa.
>> Minha projeção passou a oscilar, minha visão foi tornando-se turva, mas meus supra sentidos foram brevemente recuperados.<<
Espigueiro: Teu corpo o chama, ainda está intoxicado de teus maus costumes, vejo que não poderás mais ficar aqui por muito tempo.
Lord Vincus: Oh velho dragão, me ensine a ser virtuoso e cheio de sabedoria.
Espigueiro: Primeiro precisa limpar teu espírito, e para isso, lhe ensinarei o fogo esmeraldino.
>> A enorme fera inspirou fundo e soltou seu hálito sobre mim, fui tomado por uma chama esverdeada, que fez meu coração expandir-se ao ponto de parecer explodir.
Nesse momento, eu parecia estar ciente do que deveria fazer, levantei os braços, respirei profundamente, e quando finalmente expirei, levei do meu coração uma energia que misturava coragem, amor e determinação para a palma de minhas mãos, me senti poderoso enquanto a energia me subia pelos braços e minavam das minhas mãos derramando um líquido em chamas, de cor verde sobre todo o meu corpo, a chama descia pela minha pele e ao tocar o chão voltava a subir, senti todo o peso que me corrompia o espírito desprender-se com leveza e misturar-se com o ar.<<
Espigueiro: Leve este exercício contigo, um exercício simples, indigno daqueles que se são grandes, mas para um jovem como tu, é de grande valia, use-o para purificar-se, para purificar tua casa e para purificar tuas ferramentas... Como prova de nossa identificação leve esta última pérola com você:
“Oh Humanos perecíveis, embriagados pelo vinho sem mistura da ignorância, cuja realidade limita-se aos olhos sensíveis, e quando pior, a fé não é posta sob a razão. Oh, corais humanos, despertai, pois o sofrimento desmedido e o não zelo pelo intelecto adoece a vossa alma. Oh, pobres sentimentalistas, 'ofensíveis' e efeminados, pobres e fracos, olhai no espelho à sombra da Magnificência, à sombra Demiúrgica, ansiosa por liberdade e respeito. Não matem o homem e a natureza por idealismo, idealizem um homem melhor de forma não destrutiva. Que verdades possuem aqueles que ainda sofrem? Que bens podem oferecer, que já não ofereceram a si mesmos? Crescei e multiplicai seus conhecimentos e horizontes, pois não só de pão vive o homem, já que este não é só corpo, é intelecto também, e esta parte queima de desejo pelo conhecimento."
>> Após calar-se, o dragão expeliu uma onda de fogo sobre mim, fui impulsionado rapidamente de volta, e quando voltei, foi como tivesse saltado de uma grande altura que ao bater no chão, fez meu corpo parecer subir alguns centímetros.
Eu estava mais leve, momentaneamente me sentia mais leve, como se a chama do dragão tivesse clareado e aquecido meu espírito.<<”
(Lord Vincus,Viajem ao dragão esmeraldino, A Casa-ocultismo, 2012)
O autor usa-se da
liberdade poética, mística para transmitir uma ideia moral, espiritualista e
até mesmo magicista. Apesar de ser um texto para um público mais jovem, muito
pode ser extraído do mesmo, se bem analisado.
É narrado nesse texto em um primeiro momento, um exercício meditativo e a partir dele a suspensão da consciência para algo que não aparenta ser o mundo natural do personagem
“o sol brilhava no alto de um céu alaranjado ornado de duas luas, o clima era muito agradável.”
É narrado nesse texto em um primeiro momento, um exercício meditativo e a partir dele a suspensão da consciência para algo que não aparenta ser o mundo natural do personagem
“o sol brilhava no alto de um céu alaranjado ornado de duas luas, o clima era muito agradável.”
Um leitor mais afoito, creria rapidamente que
o mundo descrito de fato existe, ou pior, não seria capaz nem ao menos de alcançar
o que o texto de fato traz, daria atenção apenas às insinuações de projeções ou
sobre um dragão falante. Tomaria rapidamente o texto como verdadeiro, não o
analisaria, não de fato o leria.
O que podemos inferir do texto, se ousarmos
desvelar o que não é facilmente compreendido? O texto escrito possui somente a
ideia de uma projeção, um dragão e um mundo estranho a oferecer? Bem parece que
apenas análises superficiais parecem ser capazes de fazer os muitos que se
dizem ocultista, ao menos, é isso que se torna evidente quando se propõe a
comentar e divulgar sobre assuntos diversos seja sobre mitos, religiões ou até
mesmo ao conjunto de textos da hermética.
Voltando ao texto citado(pois é mais fácil), o autor tem por objetivo pregar uma visão espiritualista onde os vício do corpo supostamente atrapalham o desenvolvimento do espírito, logo atrapalha o sujeito enquanto ocultista ou magicista, e que tais vícios e dificuldades, acabam por ser culpa do próprio sujeito. Após um sermão dado pelo Dragão(que aqui faz o papel de mentor) ele lhe ensina uma técnica totalmente voltada a projeção de sensações para a purificação e banimento.
Voltando ao texto citado(pois é mais fácil), o autor tem por objetivo pregar uma visão espiritualista onde os vício do corpo supostamente atrapalham o desenvolvimento do espírito, logo atrapalha o sujeito enquanto ocultista ou magicista, e que tais vícios e dificuldades, acabam por ser culpa do próprio sujeito. Após um sermão dado pelo Dragão(que aqui faz o papel de mentor) ele lhe ensina uma técnica totalmente voltada a projeção de sensações para a purificação e banimento.
As questões que devemos levantar são; como
esse autor chegou à técnica de purificação?(supondo que não lhe fora revelada
por um espírito) Como sabe que ela é de fato eficaz? Como saber que a descrição
de um mundo espiritual, de modo geral é correta?
Vejamos de onde partem as teorias sobres os
espíritos e o além-mundo. Toda teoria desse gênero, sem dúvida parece partir de
três modos possíveis, quando não nos referimos a comentadores. Parecem partir
de revelação espiritual, dedução racional ou criação poética.
A revelação espiritual sobre os espíritos e
seu mundo é a mais comum de se encontrar na literatura, e que a mais deve ser
rejeitada pelos ocultistas. Muito embora afirmem ser essa minha afirmação
absurda, devemos questionar até que ponto a revelação espiritual de um terceiro
é válida, uma vez que esse terceiro pode na melhor das hipóteses ser um doente
mental e na pior das hipóteses o espírito pode ter lhe enganado sobre tudo que
lhe fora revelado.
O modo racional muitas vezes é ligado a
revelação espiritual. Não era incomum entre os pensadores do medievo, tentar
provar o que era dito pelos primeiros evangelistas e suas revelações por meio
da razão(coisa que muito observamos na escolástica), não sem motivo que era
muito comum fazer uma leitura bíblica utilizando-se de pensamentos aristotélicos
ou platônicos.
O ultimo modo, muito comum, é o uso de termos religiosos para tornar o pensamento mais didático para a massa, mais palatável, ou até mesmo usa-se da poesia mística por uma simples questão estética. O problema deste modo é que a massa que ascende às tradições acabam por tomar boa parte dos círculos internos, ficam presos a visão poética e acabam por passa-la a frente, tornando o ocultismo em um ocultismo de facebook, um antro de alucinados e maus poetas.
O ultimo modo, muito comum, é o uso de termos religiosos para tornar o pensamento mais didático para a massa, mais palatável, ou até mesmo usa-se da poesia mística por uma simples questão estética. O problema deste modo é que a massa que ascende às tradições acabam por tomar boa parte dos círculos internos, ficam presos a visão poética e acabam por passa-la a frente, tornando o ocultismo em um ocultismo de facebook, um antro de alucinados e maus poetas.
Dentro dos três modos, parece não haver
nenhum que seja confiável, uma vez que o primeiro temos que ficar a mercê da
crença na honestidade de um espírito além da crença na saúde mental daquele em que
algo foi revelado. No segundo modo não se usa do raciocínio para chegar a uma
conclusão, mas usa-se da conclusão para montar raciocínios o que facilmente nos
leva ao engano (embora seja o modo mais seguro) e o último é falso desde o
início. Esse problema não é observado por mim, já fora observado pelos bons
ocultistas há muito tempo, e três soluções foram dadas para tentar resolvê-lo,
as apresentarei agora;
A primeira diz que o homem é capaz de sair de
seu próprio corpo, e uma vez fazendo de si mesmo um espírito, pode por si mesmo
vislumbrar o mudo espiritual e aprender sobre ele. Esse método que é muito
querido entre os adolescentes e os espiritualistas de facebook(a diferença
entre um e outro é mínima) é assaz problemático, como mostrarei agora. O que me
garante que a projeção não é uma construção mental do sujeito, tal como ocorre
aos moradores dos manicômios, sendo que a diferença entre um e outro é o desejo
do delírio? Como diferenciar a projeção de um sonho? Com efeito, não é incomum
enquanto sonhamos, julgarmos-nos acordados e no mundo, e se somos enganados
enquanto sonhamos (e quando acordados), que garantia temos que em projeção(caso
não seja um sonho) estamos de fato vendo o mundo espiritual ou não estamos
criando-o ou nos enganando de outro modo?
O segundo modo desenvolvido pelos
neo-hermetistas é a partir do principio de correspondência ou da analogia
hermética, ou seja, observando o mundo material(ou médio) podemos por analogia
compreender o mundo espiritual, já que ambos possuem um mesmo criador e são
regidos por leis mesmas(que diferem em grau de execução). Esse método é mais racional
que o primeiro, e mais provável de nos levar algum conhecimento de fato.
O último modo, e o meu preferido, é a
rejeição completa de um além mundo, e a compreensão de que mesmo que esse
exista, não pode ser alcançado pelo homem em vida(Como já dizia Platão, Tomás
de Aquino e outros) e por isso qualquer esforço para alcança-lo é inútil,
cabendo ao ocultista então ocupar-se do mundo e do que o mundo vela, sem gastar
sua vida em busca de outros. Dentro dessa ótica ainda, os autores antigos que
possuíam forte influência do orfismo, criam que o mundo espiritual era
transcendente, de modo que se levássemos uma vida de investigações e reflexões,
nossa alma acostumar-se-ia ao saber e quando morresse-mos poderíamos
transcender e desvelar o mundo espiritual(mas só após a morte).
*OBS; Há ainda o modelo cabalístico, mas por
ser um ignorante do tema e não possuir meios de estudar a cabbalah em fontes
confiáveis e em seu idioma materno, irei me abster sobre a mesma.
Partindo disso, toda experiência, toda literatura
e toda afirmação sobre espíritos, que cansam de se contradizer a depender de
quem fale disso, parece perder o sentido de ser discutido. Porém, ainda temos
um longo caminho a percorrer nesse texto e não devo me cansar agora, ainda me
resta dar um último parecer sobre espíritos e falar melhor sobre banimentos.
Publicado por
Vinicius
I
Graça a supremacia do imediatismo
contemporâneo, onde com recursos do mundo globalizado as informações já nos
chegam prontas, não é incomum, entre os mais jovens a crença de que por ter
lido dois ou três artigos sobre determinado assunto, ter seguido duas ou três
receitas delirantes e participar de um grupo de facebook de que são grandes
magos ou especialistas nesse ou naquele assunto. Talvez sejam, mas a chance de
que isso seja verdadeiro é tão mínima que é incrível que tantos homens feitos
aceitem tais saberes que são distribuídos tão facilmente.
Antes de entrar no
assunto de nosso título, creio ser necessário tratar o mínimo possível sobre as
fontes e os modos de pesquisa e de que modo podemos evitar sermos enganados por
textos, pessoas ou pelas experiências.
Devemos atentar que
o fato algo está escrito em um livro, não significa que por isso ele seja
verdadeiro, e devemos saber como ocultistas, que sempre que não pudermos
alcançar a verdade em uma investigação, devemos adotar sempre o raciocínio mais
provável. Ler em um livro que espíritos existem ou que determinado ritual lhe
torna especial, não faz com que espíritos existam ou que você irá se tornar
especial. Os textos devem então serem analisados em um primeiro nível, que é o
argumentativo. Um texto que apresenta razões insuficientes para suas
afirmativas, que se contradizem ou que não apresentam razão nenhuma sendo
apenas uma cadeia de afirmações ou receitas deve ser tomado com todo cuidado
por um ocultista, e talvez, até rejeitado. Uma vez analisada a didática do
texto(em geral, no que diz respeito aos comentadores de ocultismo e textos
receitas a didática é péssima) deve-se analisar seus resultados práticos.
Antes de falar de prática trarei elementos que devemos atentar na leitura de um texto ocultista para saber se ele é mais uma obra febril ou religiosa, ou perceber ainda se é mais uma das muitas obras de mercadores exotéricos.
Antes de falar de prática trarei elementos que devemos atentar na leitura de um texto ocultista para saber se ele é mais uma obra febril ou religiosa, ou perceber ainda se é mais uma das muitas obras de mercadores exotéricos.
Não é difícil
escritos de magistas e poetas místicos(além de um grande número de adolescentes
e senhoras solteiras no facebook) a afirmação da existência de criaturas
fantásticas e de sua estreita comunicação ou até domínio delas, de modo a não
poderem dar dados mínimos que sustente essas afirmações, e sempre se mostrarem
demasiado agressivos quando uma mente mais curiosa questiona a veracidade
dessas afirmações. Uma vez que cabe ao ocultista a busca do saber e não a mera
credulidade que é dada aos cidadãos servis, não faz muito sentido sentir-se
ofendido, ao ser questionado por um.
Se um sujeito traz
uma ideia, mas não é capaz de defendê-la é quase certo que tudo que ele afirma
tem como base experiências mal refletidas que por sua vez levaram-no quase que
a força a uma conclusão problemática. Tal como uma criança que após ver um
filme de terror escondido de seus pais começa a ver(experiência) monstros e por
isso conclui rapidamente que é perseguida, também não é incomum entre os que
iniciaram a investigação sobre o ocultismo ou o espiritualismo, acabarem por
ficar espantadas pela qualidade diferente de informações que apreendem e por
isso acabam por acreditar serem especiais espiritualmente a ponto de comandar
seres supraterrestres ou até mesmo se tornarem amigos deles, podendo essas
novas mentes acreditarem que estão na presença de gnomos, fadas, demônios ou
qualquer outra criatura que foi mencionada nos livros dos poetas que se dizem ocultistas.
Devemos atentar
então que a experiência é enganosa, seja experiências feitas por nossos
sentidos, sejam experiências emocionais ou mentais. Citarei modos simples de
como somos constantemente enganados e de como constantemente enganamos a nós mesmos.
Não era incomum aos antigos, por experienciar que a terra onde pisavam era parada, a conclusão de que o nosso mundo(planeta) estava fixo no centro do universo(que igualmente se limitava até as estrelas que eles podiam ver) e tinha os astros girando em torno de nós. Só quando a teoria do heliocentrismo foi trazida e mais tarde comprovada matematicamente, que o homem moderno(fim do renascimento) se deu conta de que seus sentidos lhes enganaram sobre o mundo. Outro exemplo de como os sentidos nos engana é a observação de sermos seguidos pela Lua e pelas Estrelas em um passeio noturno. Não me surpreenderia se um homem selvagem viesse a crer por isso, que tanto a Lua como as Estrelas são espíritos guardiões.
Não era incomum aos antigos, por experienciar que a terra onde pisavam era parada, a conclusão de que o nosso mundo(planeta) estava fixo no centro do universo(que igualmente se limitava até as estrelas que eles podiam ver) e tinha os astros girando em torno de nós. Só quando a teoria do heliocentrismo foi trazida e mais tarde comprovada matematicamente, que o homem moderno(fim do renascimento) se deu conta de que seus sentidos lhes enganaram sobre o mundo. Outro exemplo de como os sentidos nos engana é a observação de sermos seguidos pela Lua e pelas Estrelas em um passeio noturno. Não me surpreenderia se um homem selvagem viesse a crer por isso, que tanto a Lua como as Estrelas são espíritos guardiões.
Há exemplos simples
de como somos enganados por nossas emoções e intuições, seja quando cremos que
amamos algo e percebemos não amar quando o temos ou quando acreditamos ser
amados sem sermos. As intuições, do mesmo modo, nos enganam rapidamente quando
por exemplo, intuímos rapidamente um resultado para determinado cálculo e por
ter ignorado algum sinal, percebemos ter errado.
Visto que não
podemos confiar no que comumente confiamos, já que o bom senso manda não
confiar em quem costuma nos enganar, me parece ser interessante oferecer um
método que prive os iniciantes a não caírem em abismos tão profundos, que por
passar tanto tempo no escuro acabem por crer estar acompanhados por quem não
está lá.
Cumpre crer que
sempre que algo se nos apresenta, que quando queremos extrair dele alguma
verdade, que devemos analisa-lo minuciosamente, de modo que possamos antes de
escolher uma conclusão qualquer, observar todas as conclusões possíveis, e
conforme avancemos em nossas investigações possamos pouco a pouco descartar
tais conclusões até que reste o menor número delas. Assim, só depois de ter
decomposto tudo aquilo que analisamos, separamos o mais fácil o que do que é
complexo, e quando tiver nos certificado de que compreendemos o que é mais
fácil, podermos através disso passar para o que é mais difícil, uma vez que a
compreensão do que era mais simples ajudará a revelar o que é complexo, e a
partir disso por organizado em séries tudo o que analisamos. Assim não só
teremos mais facilidade de alçar algum conhecimento sobre o problema
apresentado, como teremos alcançado verdades sobre várias coisas além do
problema proposto e por ter separado tudo em série do mais simples ao mais
complexo, poderemos sempre recorrer a essas investigações quando nos falhar a
memória.
"Praebere Sitientibus"
Lord Vincus
2013
Publicado por
Hugo Lemos
Saudações, meus queridos. Sou o novo membro dA Casa (Ocultismo) e espero contribuir de forma louvável para o crescimento tanto de vocês como o desse admirável recinto. Começarei apresentando um texto, e seu adendo. O texto foi formulado dentro de uma proposta de reformulação de ótica e abordagem para o ocultismo e complementa a ideia iniciada por Vinícius neste mesmo blog, então ele tem um critério um tanto epistemológico (espero que esteja usando o termo de forma correta). O adendo serve como um sumário explicando os termos utilizados. Pois bem, aqui está:
Uma paisagem com um campo verde florido e um riacho estão ilustrados em um quadro.
1. Ao observar isso podemos atestar que de fato estamos observando um quadro e que nesse quadro está ilustrado uma paisagem com um campo verde florido e um riacho.
1.1 Se você considera essa imagem bela, então você a verá assim, mas isso não muda o que a imagem é tampouco se eu disser que a imagem é feia. Em verdade a imagem não mudará. Ela persistirá sendo àquilo que ela é: uma imagem de uma paisagem com um campo verde florido e um riacho.
1.1.1 Beleza é um valor relativo, sujeito à crença pessoal de cada um. Ainda que haja um consenso majoritário que algo é belo, isso, ainda assim, persistirá como sendo uma crença. Uma crença comunal, mas ainda uma crença.
1.1.2 Se algo for verdadeiramente belo então não haverá questionamento sobre esta coisa ser bela ou não. Se assim for então teríamos também um padrão para classificar, factualmente, o que é, ou não, belo e isso, de fato, não existe.
1.2 Assim como diversos outros adjetivos de valores relativos, frutos de opiniões, crenças e óticas individuais, a beleza, ou não, de algo nada muda a coisa em si.
2 Adjetivos não dão um caráter novo a coisa em si, nem a alteram. Se eles oferecem alguma espécie de informação, esta seria acerca da opinião e ótica da pessoa que comunicou isso.
2.1 Se digo que tal quadro é feio, isso não mudará o que o quadro é, nem sua ilustração, nem nada. Mas lhe informará o que eu creio sobre o dito quadro.
3 Constatações, no entanto, dizem respeito à fatos acerca de coisas, tal como o quadro e sua imagem.
3.1 Se constato que o quadro tem uma ilustração de uma paisagem com um campo verde florido e um riacho então é isso que eu percebo. Esta informação constitui aquilo que eu percebo, de forma que se ela se alterasse, aquilo que percebo se alteraria.
3.2 Constatações se baseiam em informações verídicas e, por óbvia consequência, factuais. Elas independem do indivíduo e se mantém por si só.
4 Constatações de fatos e crenças de valores relativos se confundem pra construir aquilo que nós percebemos.
4.1 Se constato que tal obra é de uma escola artística X então mesmo que a obra em si não mude, seu entendimento sobre a obra mudará, lhe dando mais profundidade no entendimento da mesma.
5 Opiniões/crenças expressam qualidades, informações, por outro lado, expressam fatos. Assim sendo, constatações lhe passam informações. São informativas.
6 Crenças se manifestam no indivíduo.
6.1 No caso da beleza, ou feiura, do quadro: a beleza não está no quadro ou na imagem e sim na consideração de quem o observa. Ele é, de fato, desprovido de tais qualidades pois é somente um quadro ilustrando um campo verde florido e um riacho. Se ele é percebido, ou não, como sendo belo vai do indivíduo que atribui essa qualidade ao mesmo, tal como o ditado que diz "beleza está nos olhos de quem vê".
7 Verdades são fatos constatados. Eles independem do indivíduo, de ótica ou opinião, para existirem, ao contrário das crenças.
7.1 Verdades e fatos ocorrem fora do indivíduo e tem um aspecto universal. Se algo pende ao particular ou à ótica ele não será um fato, mas sim uma opinião ou crença.
7.2 Fatos e verdades podem tanto nos comunicar uma observação externa (que lida com a relação de um elemento com o outro, como em: "ele acha o quadro bonito") como pode lidar a observação de características internas (a dita descrição do quadro).
8 Verdades (constatações factuais) e crenças muitas vezes se confundem por conta de enunciados mal elaborados.
8.1 Em um caso onde um indivíduo diz "a minha verdade é que azul é a melhor cor" ele estará cometendo uma série de equívocos.
8.1.1 Primeiro pois para azul ser "a melhor cor" então deveria haver algum critério definido e racionalmente observável que ateste que para esse fim predeterminado azul é, de fato, a cor ótima para servir a esse fim. Assim notamos que ele tinha a pretensão comunicar sua predileção pela cor mas foi infeliz na formulação do enunciado.
8.1.2 Em seguida temos que ele anuncia que esta é a "verdade dele". Ora, verdades são constatações de fatos e, portanto, independem de uma ótica particular para existirem sendo o que são. Por definição isso impede que uma verdade seja pertencente a um indivíduo, se ela existir, de fato, então ela será comum para todos que sejam capazes de analisa-la.
8.2 No entanto temos que um enunciado que comunica uma crença, como "eu prefiro a cor azul" manifesta não só a crença como também uma verdade. Isso gera muitas confusões, no entanto vou explicar.
8.2.1 A crença se manifesta no indivíduo -a predileção de determinado sujeito pela cor azul- e a verdade se manifesta no fato de tal sujeito ter esta crença, de forma que temos dois elementos distintos e separado em um só enunciado: uma crença expressa desprovida de verdade e uma verdade desprovida de crença.
Saber diferenciar um e outro é fundamental para o ocultista em sua jornada.
Não podemos viver sem nossas crenças e opiniões. Elas fundamentam quem somos e no que acreditamos. O que gostamos ou deixamos de gostar. Ela estrutura nossa identidade, nossa personalidade. Nos proporciona prazer e alegria.
Perder isso não é interessante para o indivíduo, a não ser que ele creia que seja e, se assim for,ele também estará agindo de acordo com isto que digo.
A constatação de fatos é o que nos traz a percepção da verdade.
Informações estruturam a forma como vemos o mundo, opiniões dizem o que achamos disso.
Saber moderar um e o outro. Saber equilibrar um e o outro. Saber separar um e o outro.
Nenhum melhor. Nenhum pior. Ambos em seu devido lugar. Em sua devida proporção. Em harmonia.
Valores relativos tem seu significado alterado de acordo com o contexto.
Valores absolutos não tem seu significado alterado de acordo com o contexto.
A palavra "informação" não tem seu valor e emprego alterado de acordo com o contexto. O significado dessa palavra é "absoluto". No entanto, o que ela comunica -a informação que vai ser passada- muda de acordo com o contexto. Ainda assim isso não altera o significado de "informação", de forma que ela é, ainda assim, uma palavra com significado de valor absoluto.
Palavras como "bem" ou "belo", no entanto, tem seu significado e emprego constantemente alterados pelo contexto. O significado das palavras, o que elas representam e significam, o que elas "são", o que torna elas "elas", muda de acordo com o contexto. Dessa forma lhe digo que elas são palavras com valor relativo.
Verdades são constatações de fatos. Constatar um fato significa observa-lo de forma direta e consciente. Um fato é um acontecimento, ou uma soma de acontecimentos, observável em uma dinâmica tempo-espacial que se arranja de forma a estruturar as coisas tal qual são. Observar um fato implica estudar as estruturas e os acontecimentos em busca de um cerne lógico, natural e impessoal que é próprio aos fatos.
Crenças e opiniões são observações, pensamentos e ideologias de valores relativos tomados por um indivíduo. Elas não são factuais e portanto não carregam valor de verdade. No entanto indivíduos adotam essas crenças e opiniões para formatarem sua ótica acerca do mundo que lhes cerca manifestando por meio destas sua personalidade, seus gostos e desgostos.
Quando falo da "natureza" não me refiro à natureza observável, e muitas vezes romantizada, e sim àquilo de que é feita a realidade. Me refiro àquilo que pode ser chamado de "matéria" ou simplesmente de "existência", ambas em seu âmbito familiar e próprio.
Para produzirmos sentido nas nossas observações da Natureza do Universo precisamos nos utilizar de sistemas de linguagens. Esses sistemas de linguagens, com seus signos, carregam dentro de si o valor de fato por sua existência e, conforme oferecem sentido para outras observações, geram teias de significados que estruturam uma cadeia de sentidos que é responsável por nos dar o entendimento acerca do objeto tratado.
Uma paisagem com um campo verde florido e um riacho estão ilustrados em um quadro.
1. Ao observar isso podemos atestar que de fato estamos observando um quadro e que nesse quadro está ilustrado uma paisagem com um campo verde florido e um riacho.
1.1 Se você considera essa imagem bela, então você a verá assim, mas isso não muda o que a imagem é tampouco se eu disser que a imagem é feia. Em verdade a imagem não mudará. Ela persistirá sendo àquilo que ela é: uma imagem de uma paisagem com um campo verde florido e um riacho.
1.1.1 Beleza é um valor relativo, sujeito à crença pessoal de cada um. Ainda que haja um consenso majoritário que algo é belo, isso, ainda assim, persistirá como sendo uma crença. Uma crença comunal, mas ainda uma crença.
1.1.2 Se algo for verdadeiramente belo então não haverá questionamento sobre esta coisa ser bela ou não. Se assim for então teríamos também um padrão para classificar, factualmente, o que é, ou não, belo e isso, de fato, não existe.
1.2 Assim como diversos outros adjetivos de valores relativos, frutos de opiniões, crenças e óticas individuais, a beleza, ou não, de algo nada muda a coisa em si.
2 Adjetivos não dão um caráter novo a coisa em si, nem a alteram. Se eles oferecem alguma espécie de informação, esta seria acerca da opinião e ótica da pessoa que comunicou isso.
2.1 Se digo que tal quadro é feio, isso não mudará o que o quadro é, nem sua ilustração, nem nada. Mas lhe informará o que eu creio sobre o dito quadro.
3 Constatações, no entanto, dizem respeito à fatos acerca de coisas, tal como o quadro e sua imagem.
3.1 Se constato que o quadro tem uma ilustração de uma paisagem com um campo verde florido e um riacho então é isso que eu percebo. Esta informação constitui aquilo que eu percebo, de forma que se ela se alterasse, aquilo que percebo se alteraria.
3.2 Constatações se baseiam em informações verídicas e, por óbvia consequência, factuais. Elas independem do indivíduo e se mantém por si só.
4 Constatações de fatos e crenças de valores relativos se confundem pra construir aquilo que nós percebemos.
4.1 Se constato que tal obra é de uma escola artística X então mesmo que a obra em si não mude, seu entendimento sobre a obra mudará, lhe dando mais profundidade no entendimento da mesma.
5 Opiniões/crenças expressam qualidades, informações, por outro lado, expressam fatos. Assim sendo, constatações lhe passam informações. São informativas.
6 Crenças se manifestam no indivíduo.
6.1 No caso da beleza, ou feiura, do quadro: a beleza não está no quadro ou na imagem e sim na consideração de quem o observa. Ele é, de fato, desprovido de tais qualidades pois é somente um quadro ilustrando um campo verde florido e um riacho. Se ele é percebido, ou não, como sendo belo vai do indivíduo que atribui essa qualidade ao mesmo, tal como o ditado que diz "beleza está nos olhos de quem vê".
7 Verdades são fatos constatados. Eles independem do indivíduo, de ótica ou opinião, para existirem, ao contrário das crenças.
7.1 Verdades e fatos ocorrem fora do indivíduo e tem um aspecto universal. Se algo pende ao particular ou à ótica ele não será um fato, mas sim uma opinião ou crença.
7.2 Fatos e verdades podem tanto nos comunicar uma observação externa (que lida com a relação de um elemento com o outro, como em: "ele acha o quadro bonito") como pode lidar a observação de características internas (a dita descrição do quadro).
8 Verdades (constatações factuais) e crenças muitas vezes se confundem por conta de enunciados mal elaborados.
8.1 Em um caso onde um indivíduo diz "a minha verdade é que azul é a melhor cor" ele estará cometendo uma série de equívocos.
8.1.1 Primeiro pois para azul ser "a melhor cor" então deveria haver algum critério definido e racionalmente observável que ateste que para esse fim predeterminado azul é, de fato, a cor ótima para servir a esse fim. Assim notamos que ele tinha a pretensão comunicar sua predileção pela cor mas foi infeliz na formulação do enunciado.
8.1.2 Em seguida temos que ele anuncia que esta é a "verdade dele". Ora, verdades são constatações de fatos e, portanto, independem de uma ótica particular para existirem sendo o que são. Por definição isso impede que uma verdade seja pertencente a um indivíduo, se ela existir, de fato, então ela será comum para todos que sejam capazes de analisa-la.
8.2 No entanto temos que um enunciado que comunica uma crença, como "eu prefiro a cor azul" manifesta não só a crença como também uma verdade. Isso gera muitas confusões, no entanto vou explicar.
8.2.1 A crença se manifesta no indivíduo -a predileção de determinado sujeito pela cor azul- e a verdade se manifesta no fato de tal sujeito ter esta crença, de forma que temos dois elementos distintos e separado em um só enunciado: uma crença expressa desprovida de verdade e uma verdade desprovida de crença.
Saber diferenciar um e outro é fundamental para o ocultista em sua jornada.
Não podemos viver sem nossas crenças e opiniões. Elas fundamentam quem somos e no que acreditamos. O que gostamos ou deixamos de gostar. Ela estrutura nossa identidade, nossa personalidade. Nos proporciona prazer e alegria.
Perder isso não é interessante para o indivíduo, a não ser que ele creia que seja e, se assim for,ele também estará agindo de acordo com isto que digo.
A constatação de fatos é o que nos traz a percepção da verdade.
Informações estruturam a forma como vemos o mundo, opiniões dizem o que achamos disso.
Saber moderar um e o outro. Saber equilibrar um e o outro. Saber separar um e o outro.
Nenhum melhor. Nenhum pior. Ambos em seu devido lugar. Em sua devida proporção. Em harmonia.
Adendo
Valores relativos tem seu significado alterado de acordo com o contexto.
Valores absolutos não tem seu significado alterado de acordo com o contexto.
A palavra "informação" não tem seu valor e emprego alterado de acordo com o contexto. O significado dessa palavra é "absoluto". No entanto, o que ela comunica -a informação que vai ser passada- muda de acordo com o contexto. Ainda assim isso não altera o significado de "informação", de forma que ela é, ainda assim, uma palavra com significado de valor absoluto.
Palavras como "bem" ou "belo", no entanto, tem seu significado e emprego constantemente alterados pelo contexto. O significado das palavras, o que elas representam e significam, o que elas "são", o que torna elas "elas", muda de acordo com o contexto. Dessa forma lhe digo que elas são palavras com valor relativo.
Verdades são constatações de fatos. Constatar um fato significa observa-lo de forma direta e consciente. Um fato é um acontecimento, ou uma soma de acontecimentos, observável em uma dinâmica tempo-espacial que se arranja de forma a estruturar as coisas tal qual são. Observar um fato implica estudar as estruturas e os acontecimentos em busca de um cerne lógico, natural e impessoal que é próprio aos fatos.
Crenças e opiniões são observações, pensamentos e ideologias de valores relativos tomados por um indivíduo. Elas não são factuais e portanto não carregam valor de verdade. No entanto indivíduos adotam essas crenças e opiniões para formatarem sua ótica acerca do mundo que lhes cerca manifestando por meio destas sua personalidade, seus gostos e desgostos.
Quando falo da "natureza" não me refiro à natureza observável, e muitas vezes romantizada, e sim àquilo de que é feita a realidade. Me refiro àquilo que pode ser chamado de "matéria" ou simplesmente de "existência", ambas em seu âmbito familiar e próprio.
Para produzirmos sentido nas nossas observações da Natureza do Universo precisamos nos utilizar de sistemas de linguagens. Esses sistemas de linguagens, com seus signos, carregam dentro de si o valor de fato por sua existência e, conforme oferecem sentido para outras observações, geram teias de significados que estruturam uma cadeia de sentidos que é responsável por nos dar o entendimento acerca do objeto tratado.
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Vinicius
Muito embora os
cerimonialistas e outros arteiros venham acusar os seguidores do caminho da
razão ou do espírito¹ de limitarem as artes mágicas ao domínio da mente, acho
muito duvidoso que estes em meio a todas as suas parafernálias e interpretações
lúdicas abandonem o uso da memória e da imaginação para impor sua Vontade sobre
um desejo ou símbolo. Entretanto o uso mágico sem o absurdo uso da
teatralização ou da bajulação de figuras folclóricas é não só possível, como
tem se mostrado em diversos aspectos mais vantajoso e bem mais aceito na contemporaneidade.
Embora esse modelo mais novo de pensar magia esteja ganhando força, poucos são
os autores que já o pensou sem mescla-lo indevidamente ao estilo dedicado às
crianças.
Uma forma de dar
imagem à diferença de estilos é supor que Deus exista e que a comunicação com
ele seja possível. O cerimonialista é aquele que precisa de um Terço, uma
bíblia, a cansativa repetição de palavras e o auto sacrifício para ter algum
contato. Os magos da razão são como aqueles que em seu íntimo desejam possuir o
contato utilizando-se de artifícios mentais como a memória e a imaginação e
impõe sobre essa a Vontade ou Ímpeto, tal como fazemos quando nos dedicamos a
alguns estilos mais adultos de meditação.
Uma crítica semelhante
a feita no parágrafo acima, é também feita a igreja romana pelo católico e
ocultista Eliphas Levi, assim ele disse em uma de suas cartas ao Barão
Spedaliere;
“O rosário é um respeitável brinquedo de
criança. A igreja o dá, em lugar do livro, aos que não sabem ler e aos que tem
medo de pensar. O rosário é uma pequena mesa giratória de oração. Ele
representa a indulgência e as indulgências da igreja para os pequenos, os
velhos, os débeis mentais, que fazem o que podem e que não sabem senão gaguejar
a Deus as eternas sílabas de papai e mamãe.”
(Eliphas
Levi, Curso de Filosofia oculta, LXXIX, Editora pensamento, 1993)
Partindo então da
clarificação de que em meu sistema muito pouco interessa continuar a
difundir o espírito infantil tão caro aos ditos ocultistas de nossa atualidade,
e desejando não dialogar mais com eles a partir deste ponto, venho de bom grado
ensinar-lhes um exercício também infantil, porém não tão limitador quanto os
arreios dos cerimonialistas. O exercício que pode ser adicionado ao conjunto de
exercícios que disponibilizei certa vez em uma apostila chamada Princípios básicos da meditação dentro do
sistema vincuniano é um exercício tão simples, que seu uso pode estender-se
até mesmo a quem pouco se importa ao conhecimento mágico.
Tudo que o praticante deve possuir é
conhecimento matemático mínimo, não lhe será cobrado nenhum objeto estranho,
apenas a vontade do saber, a matemática será usada para fortalecer a
imaginação, memória e raciocínios.
O exercício consiste em uma série de etapas
simples e já conhecidas por quem acompanha meus textos, o exercício completo
não passa de um enorme quadro mental onde problemas matemáticos devem ser
expostos e resolvidos, muito embora a um primeiro momento isso pareça ser
fácil, com a pratica as dificuldades se mostram, pois como já é do conhecimento
dos iniciantes, constructos mentais complexos são difíceis de manter em sua
inteireza, ainda mais quando temos induções matemáticas a fazer.
Como manda o método vincuniano, devemos
criar o constructo por suas partes compreendendo cada um de seus valores, e não
fazê-lo de uma só vez, desse modo é estritamente recomendado que partamos do
que é mais fácil, adicionando aos poucos o que é mais difícil até que tenhamos
o constructo completo para só então poder trabalhar sobre ele.
A
primeira parte pede que o sujeito visualize uma tela branca sem deixar que a
mesma se dissolva dando lugar à escuridão mental. Um modo simples de ter êxito
nesse primeiro exercício é utilizando-se da memória de telas brancas (como a do
cinema ou o quadro para piloto da escola) e projetando-as para si. A segunda
parte já consiste e criar sobre essa tela figuras geométricas como triângulos, círculos
e quadrados com cores variadas. Tendo êxito nas duas primeiras partes partamos
então para a resolução de problema, que a principio pode ser utilizando-se da
regra de três ou decomposição numérica por mínimo multiplicador comum.
Podemos criar um problema simples, e resolver utilizando-se apenas de artifício da memória, podemos supor que;
Podemos criar um problema simples, e resolver utilizando-se apenas de artifício da memória, podemos supor que;
“
um alquimista vai ao mercado comprar enxofre, ele precisa de 600 gramas do
elemento, sendo que o kg custa R$ 9,00 reais, quanto ele deverá pagar pelo peso
desejado?”
Embora a questão pareça extremamente fácil, exigir sua resolução sem o uso de papel ou calculador pode levar algum tempo, e exercícios graduais desse gênero irá sem dúvidas alavancar nossa capacidade de raciocínio, memória e imaginação.
comecemos primeiro a por sobre o quadro branco a fórmula para resolver a questão:
Embora a questão pareça extremamente fácil, exigir sua resolução sem o uso de papel ou calculador pode levar algum tempo, e exercícios graduais desse gênero irá sem dúvidas alavancar nossa capacidade de raciocínio, memória e imaginação.
comecemos primeiro a por sobre o quadro branco a fórmula para resolver a questão:
Tendo
o quadro em mente, ele deve calmamente começar a resolução:
1000x= 5400
1000x= 5400
10x=54
X=
5,4
O alquimista terá que desembolsar o valor de
5,40 para pagar pelas 600 gramas do enxofre. Como o bom ocultista deve duvidar
até de si mesmo, Pode ainda prosseguir com a prova e seus cálculos, teremos;
1000-x
600-5,4
600x=
5400
6x=54
X=9
Exercícios diários do gênero, trarão em pouco
tempo resultados que serão muito apreciados por quem quer melhorar em suas atividades
mágicas, ou até mesmo por quem não que ser ludibriado no mercado.
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Vinicius
O objetivo do
ocultista, como já foi dito¹, é desvelar o mundo e conhecer o espírito humano
para que através da aplicação desses conhecimentos, talvez, possa alcançar o
estado de felicidade.
Atualmente muitos
dos ditos ocultistas, que na verdade mais parecem arteiros, creem que através
da atividade de imitação poderão alcançar algum conhecimento, não podem, e se o
conseguirem será por extraordinária fortuna, tal como um sem-teto que todos os
dias visita determinada praça quase que religiosamente, e depois de um tempo,
acaba por encontrar um tesouro perdido por algum viajante.
Embora a arte seja
necessária ferramenta de desvelo ou até mesmo de conforto para o ocultista, ela
não é suficiente, além dela se faz necessário o uso da filosofia e da
geometria. Sem essas a arte pode levar o ocultista ao caminho oposto no qual
ele pretende seguir, ao invés de desvelar, acaba enrolado em um número maior de
véus, crédulo de que descobriu alguma verdade quando está a cada prática
afundando na lama fétida do poço da pseudo-trascêndencia.
Alguns exemplos
simples do que é dito no parágrafo acima é o motivo de orgulho dos ditos teurgos²,
sua dita capacidade de ter experiências com entidades metafísicas, onde cada um
faz seus rituais tais como mandam os livros que esses acreditam serem velhos,
seguem a risca o que está escrito, alheios ao porque de tais exigências
colocando o termo energia em cada buraco de sua própria ignorância, pensam ser
poderosos por manipular ou comunicar-se com tais criaturas e ficam orgulhosos
de seus resultados.
No final, nada foi
acrescentado ao conhecimento humano, teurgos diferentes acabam por ter
resultados diferentes ou até mesmo opostos de suas experiências de um mesmo
ritual, cada um assume sua própria experiência como verdadeira, nada lhes é
desvelado e são incapazes de dizer claramente suas conclusões, limitam-se ao
que sentem tal como uma criança que sai para passear a noite e em sua inocência
crê que monstros lhe observam nos escuros becos ou até mesmo que as estrelas
lhe persegue, como é comum ocorrer com os desavisados que se rendem as
sensações do corpo ou do espírito ignorando o quão esses podem ser enganosos.
São esses que
espalham a erva daninha de um ocultismo absurdo, cheios de fantasias. Tal
desserviço ao intelecto não é culpa desse grupo despreparado, se assim agem é
por não terem sido instruídos ainda na juventude, por terem sido educados a
crer no imediatismo contemporâneo ou nas maravilhas de um além-mundo. Cabe a ao
Ocultista tomar para si o papel de educador, não ser aquele que dá respostas ou
conclusões, mas aquele que mostra o caminho para as cinco esferas do
conhecimento puro.
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Vinicius
Nesse texto não
pretendo comentar sobre o que é o ocultismo das massas ou o que ele deveria
ser. Tal desperdício de minha vida já foi feito suficientemente em outro
texto¹. Desejo tratar aqui do ocultismo dentro do meu sistema, seu método, seu
objetivo e suas divisões.
O sistema
vincuniano entende o ocultista não como aquele que esconde algo, que separa,
mas aquele que busca o que está oculto e o desvela. O ocultista então é o
sujeito que mergulha nas sombras para extrair seus tesouros. Muitas das antigas
ocupações do ocultismo são ocupações hoje das ciências empíricas ou das
psicologias. Muitos remédios que usamos hoje possuem por base pesquisas de
alquimistas, muitas afirmações da psicologia e da moderna psicanálise já eram
afirmações feitas pelo ocultismo e muitas afirmações que os físicos só começam
a admitir agora já eram afirmações dos tempos dos fisiologos².
Não tenho por
pretensão também discutir a história do ocultismo, talvez faça isso em escritos
posteriores, por hora apresento-lhes o que chamo de ocultismo vincuniano para
que por vocês seja apreciado, criticado e se possível superado. O compromisso
do ocultista deve ser com a busca do que é verdadeiro e de sua consciência de
unidade, consciência esta é adquirida por meio de exercícios intelectuais e
espirituais que podem estar ligados ou não a arte.
O ocultista deve ser
capaz de pensar o objeto de sua pesquisa e praticas claramente. Tudo que por
ele é feito e descoberto deve ser também possível de ser comunicado, seja
dizendo ou demonstrando, este deve ter como fim o conhecimento do todo e a
educação de seus semelhantes, o ocultista deve ser um educador nato, afinal
todo aquele que é capaz de compreender sem dificuldades determinado assunto é
necessariamente também capaz de facilmente traduzi-lo, ser conhecedor e mau
mestre é uma contradição. Aquele que pensa claramente também é capaz de dizer
claramente. O sujeito que apoia seus estudos em sensações ou resultados
obscuros não é ocultista.
O ocultismo foi
separado por mim em cinco partes, essa separação foi feita com o intuito de
tornar mais clara a explicação para aqueles que não são familiarizados com o
reto raciocínio. Os bons pesquisadores notarão que o número de divisões pode
ser maior ou menor a depender do objetivo. O ocultismo foi dividido entre
Filosofia, Fisiologia, Arte, Alquimia e Geometria. Explicarei cada um
individualmente antes de partir para o fim do ocultismo.
Entendo por
filosofia, a capacidade de mostrar claramente o conteúdo de seu pensamento por
meio da linguagem, estudando através dela mundo factual e valorativo além de
ser a ciência que busca as causas primeiras. Dentro do ocultismo, cabe à
filosofia estabelecer a ponte entre o subjetivo com o objetivo, estabelecer a
comunicação entre sujeito e o ente, além de lhe ser dever também dar ao
estudioso a capacidade de expressar-se claramente. A visão de um ocultista isolado
e guardião de mistérios propagada por meio daqueles que nada tinham a dizer deve ser quebrada, o ocultista deve ser estudioso da arte de comunicar-se, deve
compreender a nuances da linguagem e seus princípios para só então compreender
o que o mundo lhe comunica. Este deve ser conhecedor do espírito humano,
compreendendo seu funcionamento, estudando a razão, a memória, o prazer e o
pensamento. Deve ser estudioso da arte dos discursos e do raciocínio reto4.
Deve ser um bom professor.
Entendo por
fisiologia o estudo da natureza objetiva. O fisiologo é aquele que observa e
investiga o mundo, através dessa observação tenta chegar por meios de juízos
universais às leis que governam o mundo, e a partir delas compreender o Todo. O
fisiologo se ocupa da química, física, biologia, astronomia e as demais
ciências semelhantes. Só se pode tentar causar algo conscientemente ao mundo ,
compreendendo-o.
Chamo de arte toda
ação por meio de técnicas pré-determinadas. O artista é aquele que da a um
pedregulho a forma de um elefante por meio de técnicas especificas. O artista é
simplesmente aquele que aplica, que age, sem o conhecimento teórico ele é
incapaz de ensinar ou até mesmo de desenvolver novos conhecimentos, um mero
repetidor.
Chamo de geômetra
aquele que estuda as formas, o equilíbrio e os espaços. O geômetra é um
matemático nato, não é possível qualquer aspiração ocultista sem o conhecimento
desta ciência. Quando produzimos o discurso e bem medimos nossas palavras, de
modo a dar ao texto o correto equilíbrio buscando as formas que melhor se
encaixam nas proposições respeitando os limites do que é proposto, estamos
fazendo geometria. O artista em sua técnica usa de artifícios de geometria,
mesmo que não possua consciência disso. O ocultista é capaz de aplicar a
geometria até mesmo em seus raciocínios de modo a chegar ao destino desejado.
Entendo por alquimia
o estudo dos estados e movimentos do mundo e do espírito³. O alquimista é
aquele que é capaz a partir da filosofia, geometria e da fisiologia de
desenvolver a arte.
Aqueles que gostam
de ser chamados magistas, que se apegam a parte prática como ajudante de
pedreiros, encaixam-se na posição mais inferior do ocultismo e mais imediata,
encaixam-se na esfera da Arte. Para ser um ocultista, deve-se participar de
todas as esferas.
O ocultista
compreende o mundo como um corpo, uma unidade que deve ser desvelada,
compreendendo o mundo, compreende-se a si mesmo e vice-versa. O objetivo ou fim
dessa busca não pôde ser por mim determinado pelo simples fato de ainda não ter
chegado a ele. Muitos dos antigos afirmarão que essa é a busca suprema e cujo
fim não possui nenhum lucro que não a própria prática (um fim em si mesmo) e
que a felicidade é o ganho não final, mas de enquanto se pratica.
Embora a ciência moderna esteja ocupando o
espaço que antes era do ocultista, há muito ainda a ser desvelado que não
interessa aos acadêmicos, e entregar essas joias a eles pode sim significar um
ganho para o conhecimento humano e para a humanidade. Posso trazer o exemplo de
ocultistas que por séculos demonstram e aplicam a cura por imposição de mãos e
desenvolver a arte e sua compreensão do fenômeno, não seria nenhuma perda para
o ocultismo que a ciência tomasse posse dessa pratica e a utilizasse em
hospitais, pelo contrário, seria um clara demonstração que uma área do
conhecimento humano não acadêmica, pode muitas vezes chegar antes das áreas
imediatistas.
Lord Vincus
“Praebere Sitientibus”
2013
Notas:
2-
Estudiosos da natureza, também chamados de
pré-socráticos.
3-
Mente e raciocínios.
4-
“Cânone 33- Da reta racionalidade.
1- Pensar racionalmente reto é refletir sobre o
que é proposto.
2- Refletir sobre o que o que é proposto se
assemelha a investigação e a dúvida.
3- Investigar é decompor o que se propõe e
compreender sua natureza e o que lhe é dedutível.
4- O alquimista raciocina de forma reta.
5- A alquimia é baseada na decomposição e
composição, Solve e Coagula.
6- Deve-se decompor aquilo que lhe é
apresentado, refletir suas partes, organizando-as dedutivelmente e assim recompô-la
compreendendo se alguma parte lhe falta ou sobra.
7- Da decomposição de algo, muito é revelado.
8- Toda conclusão apresentada livre de
investigação aparente, deve ser na medida do possível decomposta.
9- Das partes chega-se ao Todo.
10- O homem comum ignora o principio de
composição e decomposição.
11-O nada, nada cria”
(Cânones Vincunianos)
(Cânones Vincunianos)
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Não é um excelente documentário, mas vale a pena conferir.
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Quem quiser ir direto ao ponto, coloque o vídeo aos 26 minutos ^.^
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Não é incomum entre os contemporâneos chamar
as práticas ligadas ao ocultismo de ciência, arte, sabedoria ou qualquer outro
adjetivo que muitas vezes não são compatíveis ao ocultismo. Irei neste breve
texto, esforçar-me para compreender o que se pode entender pelo ocultismo e sua
prática, sobre os adjetivos sobre ele colocados e trazer dúvidas sobre o mesmo.
Adianto aos meus leitores que meu objetivo aqui não é causar nenhum tipo outro de
sofrimento que não à reflexão.
Para os desatentos,
é comum a afirmação que nada diz de que “O ocultismo é o estudo do oculto”, tal
proposição carece de todo sentido, pois não posso estudar o que está oculto a
menos que o revele, desse modo o ocultismo é então a atividade de desvelar
aquilo que não pode ser prontamente percebido e a partir disso estuda-lo.
Se só posso conhecer
aquilo que é revelado, o ocultista não deve ser aquele que esconde o
conhecimento, mas aquele que o trás a tona, afinal só posso velar o que antes
estava desvelado. Sendo que o papel do ocultista é desvelar aquilo que deseja
conhecer, ele deve ser capaz de compreender e de dizer com máxima claridade
aquilo que diz respeito ao seu objeto de estudo, pois a partir do momento que o
seu objeto de estudo não lhe aparece claramente, o ocultista então falhou em
sua busca uma vez que o conhecimento que ele diz ter ainda lhe está oculto. A
partir disso, todos os ditos ocultistas cujo objeto de estudo não é ou não pode
ser compreendido por ele, e por sua vez não pode ser dito, não são ocultistas,
são antes religiosos, charlatões ou até mesmo fracassados.
Compreendendo um
pouco melhor o ocultismo, comentarei sobre algumas de suas ocupações e dos
grupos que dele se ocupam. Qualquer um
pode ser ocultista, mas não é qualquer um que o é. O fato de alguém ser bruxo,
umbandista, místico, católico, satanista ou qualquer outra cousa semelhante não
faz dele um ocultista.
Os religiosos em
geral, que leem, compreendem sua doutrina, mas limitam-se apenas àquilo que
está posto(revelado) sem aprofundar-se no que ainda está oculto para então
trazê-lo a tona, não são ocultistas. O satanista que segue suas crenças e rituais
é apenas um religioso como outro qualquer. Percebam meus caros leitores, que o
fato de alguém ser religioso não o faz inferior ao ocultista, porém devo
lembrar que apenas são coisas com objetivos diferentes.
O satanista passa a
ser um ocultista, quando com um olhar crítico sobre sua doutrina, compreende
nela o que ainda não foi dito, cria seu próprio sistema ao compreender a
natureza de suas práticas, clareando o que era meramente símbolos dogmáticos e
é capaz de trazer ao mundo seu conhecimento de forma clara. Um outro exemplo
que podemos tomar são dos ocultistas cristãos. O ocultista cristão não é
meramente aquele que por seguir uma ordem qualquer, faz a risca o que lhe é
ensinado, independente de ter resultados práticos em seus atos mágicos ou não.
Um exemplo para
mostrar o que seria um ocultista cristão, seria o jovem e curioso estudante,
que compreende ao seu modo, independente desse modo ser verdadeiro ou não, sua
crença e os elementos que dela fazem parte, desvela significados ainda não
descobertos, como códigos bíblicos,
sobre a natureza da criação, ou qualquer outro assunto ignorado, o ordena
racionalmente para torna-lo claro e acessível. Podendo ou não, a partir de seus
estudos, criar formas de comungar com o criador ou suas criaturas.
O fato de alguém
estudar textos sobre ocultismo, não faz dele ocultista, de igual modo que ler
filosofia não faz de ninguém filosofo.
Aqueles que leem, estudam e praticam o ocultismo do sistema hermético,
não é necessariamente ocultista, mas antes um hermetista. De igual modo que
aqueles que leem e estudam o sistema filosófico de Descartes não são filósofos,
mas cartesianos. O ocultista tem por objetivo desvelar e produzir conhecimento
claro, o filosofo tem por objetivo o filosofar.
Muito se confunde
magicista com ocultista, a diferença entre um e outro é análoga entre a
diferença entre um assistente de pedreiro e um engenheiro civil que tanto
compreende a natureza do trabalho como também é apto a por a mão na massa. O magicista contenta-se apenas em ter o resultados
de seus rituais, assim como o assistente
de pedreiro contenta-se em martelar o prego seguindo a risca um projeto que ele
tão habilmente ignora, apenas visando o resultado que suas marteladas podem
trazer.
Àqueles que tomam o
ocultismo apenas como uma atividade prática, não são ocultistas e em nada
diferem do assistente de pedreiro. O ocultismo não deve ser confundido com o
tecnicismo que vive a contemporaneidade.
O ocultismo não se importa com o resultado puro, mas com o conhecimento
que dele pode-se inferir. Aquele que importa-se apenas com o resultado prático
é antes um magicista, ou para usar os termos mais modernos, é um técnico em
magia.
Posto que foi
esclarecido do que se ocupa o ocultismo e quem são aqueles que dele se ocupam,
vejamos outros problemas dentro deste mesmo tema.
Muitos ocultistas
tendem a buscar compreensão em assuntos tão obscuros, que qualquer descoberta,
pode ser enganosa ou fruto de ilusão. Me refiro àqueles que buscam
desesperadamente os além-mundos e os seres que supostamente lá habitam. Não
afirmarei que tais seres, por mais fantásticos que sejam não existem, não me
cabe dizer isso, mas posso afirmar que se existem, não dispomos de
conhecimentos necessários para desvela-los. Um exemplo prático disso é o grande
número de sistemas ditos ocultistas, que entram em constante contrassenso acerca do mundo espiritual e seus habitantes.
Práticas
ritualísticas que visam dar ao magicista o contato com um além mundo, são quase
sempre enganosas, e tendem a aumentar ainda mais as dúvidas do que sacia-las.
Por exemplo, enquanto o grupo (A) afirma ter evocado lúcifer e que este
apresentou-se como um ser ardiloso, e tal feito foi repetido por todos do grupo
com o mesmo resultado, o grupo (B), ao evoca-lo, depara-se com um ser dotado de
conhecimento e boa vontade, enquanto o grupo (C) que possui mais céticos,
inferi que o ritual nada mais é que um teatro para forçar ao magicista visões
fantasiosas. Os três grupos que tentaram evocar o mesmo ser, com rituais
semelhantes e tiveram resultados contraditórios, demonstram claramente que os
sentidos, sentimentos e crenças humanas são enganosos e devem estar sempre sob nossa
cautela. Pois ninguém poderá negar que “toda
vez que dois homens formulam sobre a mesma coisa juízos contrários, é certo que
um ou outro, pelo menos, esteja enganado.”¹
Sobre esses assuntos
de maior dificuldade, eu procuro me afastar, deixando-os com os religioso e os
maus poetas, que são geralmente os que tendem a tratar deles.
Prefiro dedicar-me a
assuntos mais fáceis, que com muita dificuldade posso me enganar, e que caso me
engane, possa também facilmente me corrigir. Me refiro às observações da
natureza, de sua contiguidade com as coisas relativas a mente humana e quando
me atrevo ao falar do que remete ao espiritual, tento partir de baixo para
cima, compreendendo a partir do principio da analogia ou de correspondência
hermética os objetos que desejo de algum modo desvelar.
O ocultismo enquanto
compreensão do mundo e dos seus estados de coisas, enquanto conhecimento, é uma
ciência, podendo estar ou não sob uma ótica positiva, e dele deriva-se a arte,
ou o conhecimento aplicado do qual chamamos magia. Magia não é ocultismo, mas
seu conhecimento deriva dele. Tão pouco o ocultismo deve ser visto como uma
sabedoria, no sentido de que tudo que ele pode nos trazer é questionável e
falseável.
Tal é a visão que
vos apresento, pelo olhar vincuinano.
Notas:
1-
René Descartes, Regras para a orientação do
espírito, página 6.
Referências Bibliográficas:
Descartes, Regras para
orientação do espírito, Editora Martins Fontes, 2012.
Papus, Tratado de
ciência ocultas (I), Editora três, 1973.
Três iniciados,O
Caibalion, editora pensamento, 1997.
Praebere Sitientibus
Lord Vincus
2013
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