Há um mal assolando o mundo dos pseudointelectuais e também dos ocultistas, um mal já a muito enunciado por aqueles que criticavam o eruditismo, onde o estudioso supervaloriza o conhecimento produzido no passado, como se de alguma forma a época antiga fosse de toda perfeita e justa, e ignora a produção de conhecimento de sua própria época, não fazendo nada além de repetir arriscadas interpretações de textos cujo espírito se perdeu, sem nada produzir para o avanço prático da sabedoria humana.
 Esses que são facilmente identificáveis, folheiam livros antigos cujos conceitos e significados originais não podem mais ser alcançados pelo olhar do homem contemporâneo e repetem o resultado de uma leitura puramente superficial como se declamassem palavras mágicas o suficiente para mudar para melhor o destino de toda humanidade, repetem mas não refletem, não praticam, não sentem, não são homens antigos e sim homens contemporâneos.
  São aqueles que se apegam a épocas e deuses longínquos apenas pelo fato de acreditarem em um passado suntuoso, justo, fantástico e superior. Ignoram um conhecimento histórico decente, ignoram a própria incompatibilidade com este passado pervertendo-o para um acúmulo inútil de conhecimentos que nada trará a seu próprio presente.
  São os portadores de títulos, esses tais de “istas” e “ãos”, acumuladores de parafernálias intelectuais que nem ao menos são capazes de bem interpretar, acreditam ter lido os livros que folheiam, mas provavelmente não sabem ler, balbuciadores de absurdos sobre além-mundos e além-homens, experimentadores de todo tipo de quimera que o espírito humano é capaz de criar, que esperar destes presos a um passado ou futuro fantástico, enquanto ignoram por completo o presente?
   Não me tragam esses “magos” que nada produzem, que vomitam que o conhecimento deve ser buscado como desculpas para nada de útil revelar enquanto contraditoriamente lançam seus sofismas aos ventos virtuais.
   Se a modernidade sofria com o exacerbado eruditismo, o que temos nós agora, se não uma deificação do pseudo-eruditismo? Ai de mim que pronuncio essas palavras.


-Lord Vincus

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