Magnetismo pessoal e controle dos desejos.


            O magnetismo pessoal, na minha opinião, é indispensável para quem pratica alguma atividade mágica, pois grande parte do êxito, em muitas práticas, se dá através dele. O indivíduo que consegue trabalhar sua força magnética consegue triunfar em quase tudo que faz na vida.
            Das obras que li sobre o assunto, a melhor de todas foi, sem sombra de dúvidas, “Curso de Magnetismo Pessoal” de Turnbull. Quem quiser conhecer a teoria e entender como se dá o fenômeno do magnetismo, sugiro a leitura desse livro.
            Segundo a definição de Turnbull, “O Magnetismo Pessoal é a qualidade pela qual um homem atrai o interesse, a confiança, a amizade e o amor dos demais”. Com essa definição podemos concluir que o ser humano atrai para si as pessoas tal qual um ímã atrai o ferro.
            O acúmulo de força magnética se dá, segundo Turnbull, pelo total controle dos desejos. Estes são os responsáveis por dispersarem a força magnética existente em nós. Quanto a este controle, gostaria de esclarecer uma dúvida frequente sobre a questão de controlar os desejos.
            Nas quatro nobres verdades do Budismo, Buda explica que a causa do sofrimento é o desejo e para cessar o sofrimento é necessária a completa supressão do mesmo. Esse ensinamento foi transmitido ao longo dos tempos nas mais variadas culturas.
            Mas algumas culturas ou alteraram ou passaram uma informação equivocada sobre o ensinamento da supressão do desejo, levando muitas pessoas a confundirem supressão com extinção. É justamente essa ideia equivocada que tentarei esclarecer agora mesmo.
            Suprimir os desejos significa que você deve meditar sobre eles, entendê-los e dominá-los, gerando assim um enorme acúmulo de força magnética que estará à sua disposição.
            Extinguir os desejos é impossível, uma vez que todos nós, seres humanos, sempre os teremos. Tornaria uma luta infinita. Sempre que tentássemos extinguir um desejo de dentro de nós, outro viria e então tentaríamos eliminá-lo também e logo depois viria outro, e mais outro. Isso permaneceria para sempre e, ao invés de gerar força, faria com que desperdiçássemos as nossas energias. Seria, portanto um efeito contrário ao que queremos.
            Portanto, é importante ter um autocontrole sobre os nossos desejos, a fim de acumularmos mais força magnética. Devemos ser senhores de nós mesmo e controlar nossos impulsos e anseios, ao invés de ficarmos “escravizados” pelas nossas paixões.



                A melhor forma de começar a falar sobre esse livro é usando palavras de um mestre sábio: “Livros são feitos para ser lidos, mas bons livros são feitos para ser consultados”, e esse sem dúvida nenhuma é um livro que deve ser sempre consultado. Serei sincera com vocês, comprei esse livro em uma feira na cidade onde moro e paguei bem barato por ele, a principio, não dei nada por ele pelo título, “Sonhando com os Deuses”, sei lá, pareceu  livro de auto-ajuda ou coisas desse gênero (não que eu tenha nada contra quem goste, mas não é minha praia). Comprei também por causa do autor que é muito bem comentado no meio mágico e esse livro foi uma excelente surpresa, acho que foi uma das minhas melhores aquisições de livros.
                Scott sabia exatamente o que estava fazendo quando começou a escrever esse livro, pra quem gosta de história e que adora adquirir novos conhecimentos o autor utiliza os oito primeiros capítulos do livro ou a metade para ser mais clara explicando como os sonhos eram importantes em diversas sociedades desde o Egito até as sociedades indígenas norte americanas, como eles se portavam diante deles e como o sono sagrado (sonhar com os deuses) era comum. Ele explica os tipos de sonhos que podemos ter, desde os naturais até os divinos. Tenho que confessar que o autor é muito esperto nessa parte ela faz você entender que o sono sagrado é algo antigo e muito importante. Não tinha conhecimentos sobre o sono sagrado antes da leitura desse livro e quando cheguei à segunda parte onde ele te instrui como fazer, estava com muita vontade de ter esse contato com os Deuses.
                 Na segunda parte do livro Cunnigham mostra como se prepara de forma correta para ter um sono sagrado, elucida sobre precauções que devemos tomar, o respeito que devemos ter e que precisamos ter uma divindade pessoal com quem nos identificamos e conhecemos, pois o sonho sagrado (ou  o sonho com os Deuses), acontece na maioria das vezes de forma simples, ele explica que os sonhos em que os deuses falam diretamente com você são os mais raros, e que devemos entender os simbolismos dos deuses pois um sonho que não parece nada pode ser a resposta que estávamos procurando. Ele cita uma lista grande sobre deuses seu simbolismo e suas potencialidades. O autor tem a preocupação de te preparar da melhor forma para o sono sagrado, ele mostra questões como alimentação, Lua, ciclos e outras coisas mais e que influencia elas tem sobre o sono. E depois de toda essa preparação vem a parte do ritual em si.
                Estamos acostumados a pegar livros que vem com rituais já prontos e montados, Scott instrui o leitor a montar o seu próprio ritual ela dá dicas de como fazê-lo, mas sempre dizendo que cada indivíduo é único e que algumas questões devem ser modificadas e transformadas para que o ritual fique com a “cara” de quem está montando, para que seja um ritual seu, e não o dele. Depois da parte do ritual vem a parte mais difícil que é a interpretação desses sonhos, muitas vezes nós nem lembramos com o que sonhamos ou não lembramos de todo o sonho, ele ensina técnicas para lembrar esses sonhos. Ele não é muito fã de livros com significados prontos, ele instrui o leitor a montar o seu próprio livro de significados, o que é bem inteligente porque o mar, por exemplo, pode significar beleza, grandeza e alegria para algumas pessoas e para outras que já se afogaram ou não sabem nadar tormento ou dificuldade e com isso ele explica que a melhor maneira de saber o que os seus sonhos significam é você mesmo interpretá-los.
                O livro não é gigante, mas, tem muitas informações. O autor aproveitou da melhor maneira possível cada página, recomendo a todos que puderem que leiam esse livro mesmo os que não acreditam em deuses, pois na primeira metade dele você vai ganhar muitas informações sobre os povos antigos e na segunda uma forma interessante de trabalhar com seus sonhos. Muitas coisas não foram citadas nesse resumo, pois é muita informação e a memória às vezes é meio limitada. Então deixo um conselho a vocês, tenham esse excelente livro de consulta. 


A divisão que farei neste momento não deve ser vista como uma divisão concreta, mas como uma divisão feita de forma arbitrária ou pela observação do meu espírito com o objetivo de ajudar o leitor na compreensão.
O homem é dividido em quatro partes, essas são o corpo sensível, corpo mental, corpo sentimental e corpo espiritual. Todas as partes que dividem o homem se comunicam entre si, todo problema que afeta uma, afetará a outra, não basta ter um corpo sensível saudável quando se tem um corpo sentimental doente, com o tempo, o sentimental adoecerá o sensível, assim é com todos os corpos, esse conhecimento que os psicólogos hoje chamam de psicossomática já era amplamente conhecido pelos antigos.
1. Corpo Sensível: Este é o corpo que vulgarmente chamamos de físico¹, é ele que podemos ver e tocar, nele está contido todos os nossos órgãos e é fonte também de nossos sentidos, ele é a porta que nos permite conhecer o mundo(kosmos). Este corpo é composto de matéria densa e não é necessário para a existência do homem, uma vez que o homem continua existindo mesmo após a morte, que nada mais é que a simples separação do corpo sensível com a alma. O corpo sensível, assim como todos os outros corpos, é suscetível a agentes externos que tanto podem lhe ser benéficos como maléficos. Um homem que controla bem seu corpo e lhe mantém saudável, ficará também mais resistente aos agentes prejudiciais e terá uma vida mais agradável.
2. Corpo Sentimental: Como o próprio nome já diz, nesse corpo reside os nossos sentimentos, as paixões, medos, desejos e os humores. Este é o corpo que parece exigir maiores cuidados, pois é quase sempre passivo a todos os outros corpos, e qualquer problema que lhe aflija, todos os outros corpos acabam por sofrer simultaneamente.
3. Corpo Mental: O corpo mental ao qual me refiro não é meramente o nosso cérebro, muito menos um corpo sensível, este corpo, assim como os outros que citarei em breve só pode ser alcançado pelo espírito e não pelos sentidos. Neste corpo residem as memórias e assim todos os conhecimentos que adquirimos, assim como
qualquer corpo, o corpo mental precisa de cuidados e exercícios, para que esteja resistente a fatores prejudiciais que quase sempre são ligados ao corpo sentimental e sensível.
4. Corpo Espiritual: Sem dúvidas o mais importante dos corpos, aqui habita a razão e a fé. É por este corpo também que podemos realizar atividades mágicas e criativas, este parece ser o único corpo que é capaz de existir e agir sem depender sempre dos outros corpos, este é o corpo que define o homem e que lhe separa das bestas. É neste corpo que está os sete templos sagrados, as sete igrejas do apocalipse ou os sete chakras.
5. Alma(psyché): A alma, segundo o sistema vincuniano, é uma para todos os seres, é a geradora da força que vivifica os corpos, é o motor inigendrado que move sem se mover. A partir dela que nasce o espírito, a mente, o sentimento e o corpo do homem. Na alma está tudo aquilo que é relativo ao Bem. A alma vive a contemplar sua própria perfeição, enquanto o homem busca a felicidade última, que é também contemplar o Bem supremo.
Atrevo-me a dizer, que nosso objetivo enquanto homens, é tão simplesmente ser feliz, não me dedicarei neste texto a tratar sobre a felicidade, pois não é meu objetivo, mas para os interessados eu indico o seguinte texto: “O pré principio anterior ao inicio sem fim”, também da minha autoria.
Os modos necessários para manter o corpo sensível saudável são quase que desnecessários dizer, sobre isso vemos as ciências ditar regras a todo momento, como ter boa alimentação, praticar exercícios físicos e etc. Uma dúvida muito comum sobre isso é a cerca da necessidade ou não do vegetarianismo, não sou a pessoa mais indicada a tratar disso, então me verei obrigado a concordar com Paracelso e evocar suas palavras:
“Não é minha intenção fazer, aqui, uma defesa do vegetarianismo; autores mais conhecedores do assunto e com mais autoridade do que eu demonstraram suas vantagens. Tomarei somente a liberdade de indicar algumas regras dedicadas aos debutantes vegetarianos.
19 - Convém pular da creofagia ao vegetarianismo com certa lentidão e parcimônia; e não devem ser trocadas as bebidas fermentadas pelo leite ou pela água até que a mudança de regime se tenha verificado para os alimentos sólidos. Esta mudança deverá ajudá-lo por meio de um consumo maior de fruta carnosa e aquosa.
29 – Se possível, efetuar esta mudança de regime no campo.
39 – Caso permaneça nas grandes cidades, não iniciar o regime nas tavernas ou restaurantes; e não fazê-lo, também, se a pessoa sofre de fraqueza geral.
49 – Ter em mente que a quantidade de alimentos vegetais deverá ser maior do que a alimentação animal que se seguia anteriormente.
59 – Conservar durante muito tempo o pescado nas minutas; os ovos, o leite, a manteiga de vaca não devem jamais ser excluídos absolutamente, afora os casos especiais de ascetismo.
69 – Finalmente, deve-se aprender, ao mesmo tempo, a governar o organismo físico; e antes de tudo, o homem deve ser senhor, por vontade, das pequenas irregularidades de funcionamento que podem produzir-se.
INSTRUÇÕES SOBRE AS COMIDAS. – De um modo geral se pode dizer que quanto mais forças se gastam para o cumprimento de um ato, tanto mais proveitoso e útil se torna este ato para nós. Razão porque, numa medida de extrema precaução, levando as coisas na ponta de espada, conforme vulgarmente se diz, conviria que nós mesmos cultivássemos nossas plantas alimentícias, fizéssemos a colheita e as preparássemos, valendo-nos de utensílios que só serviriam para dito fim. Para as iniciações naturalistas e panteístas que desenvolvem esta teoria, estudando-a com todo pormenor e muita profundidade, deve-se começar purificando e aperfeiçoando cada um seu corpo astral e finalmente sua inteligência. Por isso vemos que os brâmanes e os ascetas hindus são obrigados a preparar eles mesmos os seus alimentos e em nenhum caso consentem que os utensílios de cobre, que constituem sua bateria de cozinha, sejam tocados por outras mãos que não as suas próprias.
Daqui procedem também as prescrições referentes à posição do corpo durante os ágapes; existem certas relações entre as correntes eletromagnéticas de um planeta e os seres ou indivíduos que vivem sob sua influência; seria prolixo enumerar os fundamentos desta teoria, porém porfiamos pela prescrição que aconselha que os habitantes de nossas regiões comam com o rosto voltado para o norte.
Outra prescrição é aquela que se refere às abluções; os sacerdotes hindus se lavam as mãos, os pés, a boca, o nariz, os olhos e as orelhas, repetindo com frequência uma invocação sagrada; costume este que em nossas regiões corresponde à Bênção da mesa que, pronunciada magicamente, isto é, expressada com unção verdadeira, do fundo do coração, possui um valor real e positivo de dinamização.
Finalmente, uma última prescrição é a do silêncio, que é observada pelas comunidades religiosas do mundo inteiro. Tem por finalidade, pela concentração de toda a atenção no ato da comida, reduzir a quantidade de matérias necessárias à refeição, por meio de proporções sensíveis. Desta maneira a digestão requer uma menor atividade perto do plexus solar, donde resulta uma notável economia de força nervosa de que os exercícios de contemplação precisam para que se tornem verdadeiramente frutíferos. Mas, para as pessoas que vivem no mundo e com o mundo, na atmosfera pesada das grandes cidades, a alegria é o melhor digestivo e vale tanto como o melhor álcool para estimular a preguiça do estômago.” (Paracelso, Plantas mágicas, p 28 e 29)
Para manter o corpo sentimental saudável se faz necessária muita meditação nos diversos sentidos da palavra. Deve-se trabalhar a ponderação e o auto controle, livrar-se dos vícios, paixões e qualquer força que gere sofrimentos desnecessários e de longo prazo. O estilo de vida atual e o moralismo aceito são grandes venenos para nosso corpo mental e sentimental, entender o meio em que vivemos e aprender a como proceder sem ser atingido é necessário para um corpo sentimental
saudável, o mago não sofre demasiadamente, entende a situação que se apresenta ou aproxima e cria modos de passar ileso por ela ou até mesmo anular o problema.
Para manter o corpo mental saudável se faz necessária sua alimentação e exercício, como já foi dito, é no corpo mental que reside a memória e os conhecimentos, assim deve-se sempre buscar o conhecimento prático e teórico, o teórico para alimentar e o prático para exercitar, tais conhecimentos não são necessariamente ligados a magia, é o estudo e a prática do músico, do lutador, do matemático ou dos filósofos.
Um dos grandes problemas que adoecem nosso corpo sentimental é o moralismo antinatural, dos quais evitarei tratar, mas que devo dizer que esse tipo de moralismo quase universal tem sido culpado pela grande maioria dos acontecimentos que tem causado problemas a humanidade.
O melhor modo de manter a saúde do corpo espiritual é tratando de todos os outros corpos anteriores e praticar artes criativas, acredito que haja também um corpo moral, mas como seria muito longo tratar deste, adiciono algumas de suas características a este corpo, dizendo que agir de acordo a moral do espírito, ou seja, a partir daquilo que faz bem a si, sem ser causa primeira do mal em outros, para manter um espírito limpo.

                                                                        Lord Vincus
"Praebere Sitientibus"
2012

Referências bibliográficas:

Lord Vincus, princípios básicos da meditação dentro do sistema vincuniano, Sem editora, 2012.

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