O objetivo do ocultista, como já foi dito¹, é desvelar o mundo e conhecer o espírito humano para que através da aplicação desses conhecimentos, talvez, possa alcançar o estado de felicidade.
  Atualmente muitos dos ditos ocultistas, que na verdade mais parecem arteiros, creem que através da atividade de imitação poderão alcançar algum conhecimento, não podem, e se o conseguirem será por extraordinária fortuna, tal como um sem-teto que todos os dias visita determinada praça quase que religiosamente, e depois de um tempo, acaba por encontrar um tesouro perdido por algum viajante.
  Embora a arte seja necessária ferramenta de desvelo ou até mesmo de conforto para o ocultista, ela não é suficiente, além dela se faz necessário o uso da filosofia e da geometria. Sem essas a arte pode levar o ocultista ao caminho oposto no qual ele pretende seguir, ao invés de desvelar, acaba enrolado em um número maior de véus, crédulo de que descobriu alguma verdade quando está a cada prática afundando na lama fétida do poço da pseudo-trascêndencia.
  Alguns exemplos simples do que é dito no parágrafo acima é o motivo de orgulho dos ditos teurgos², sua dita capacidade de ter experiências com entidades metafísicas, onde cada um faz seus rituais tais como mandam os livros que esses acreditam serem velhos, seguem a risca o que está escrito, alheios ao porque de tais exigências colocando o termo energia em cada buraco de sua própria ignorância, pensam ser poderosos por manipular ou comunicar-se com tais criaturas e ficam orgulhosos de seus resultados.        
  No final, nada foi acrescentado ao conhecimento humano, teurgos diferentes acabam por ter resultados diferentes ou até mesmo opostos de suas experiências de um mesmo ritual, cada um assume sua própria experiência como verdadeira, nada lhes é desvelado e são incapazes de dizer claramente suas conclusões, limitam-se ao que sentem tal como uma criança que sai para passear a noite e em sua inocência crê que monstros lhe observam nos escuros becos ou até mesmo que as estrelas lhe persegue, como é comum ocorrer com os desavisados que se rendem as sensações do corpo ou do espírito ignorando o quão esses podem ser enganosos.

  São esses que espalham a erva daninha de um ocultismo absurdo, cheios de fantasias. Tal desserviço ao intelecto não é culpa desse grupo despreparado, se assim agem é por não terem sido instruídos ainda na juventude, por terem sido educados a crer no imediatismo contemporâneo ou nas maravilhas de um além-mundo. Cabe a ao Ocultista tomar para si o papel de educador, não ser aquele que dá respostas ou conclusões, mas aquele que mostra o caminho para as cinco esferas do conhecimento puro.

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